www-commits
[Top][All Lists]
Advanced

[Date Prev][Date Next][Thread Prev][Thread Next][Date Index][Thread Index]

www/philosophy copyright-and-globalization.pt-b...


From: Leandro Guimares Faria Corcete
Subject: www/philosophy copyright-and-globalization.pt-b...
Date: Wed, 28 Jan 2009 04:22:07 +0000

CVSROOT:        /web/www
Module name:    www
Changes by:     Leandro Guimarães Faria Corcete <leandro>       09/01/28 
04:22:07

Modified files:
        philosophy     : copyright-and-globalization.pt-br.html 

Log message:
        Ortografia, gramática, estilo.

CVSWeb URLs:
http://web.cvs.savannah.gnu.org/viewcvs/www/philosophy/copyright-and-globalization.pt-br.html?cvsroot=www&r1=1.2&r2=1.3

Patches:
Index: copyright-and-globalization.pt-br.html
===================================================================
RCS file: /web/www/www/philosophy/copyright-and-globalization.pt-br.html,v
retrieving revision 1.2
retrieving revision 1.3
diff -u -b -r1.2 -r1.3
--- copyright-and-globalization.pt-br.html      6 Dec 2008 01:10:24 -0000       
1.2
+++ copyright-and-globalization.pt-br.html      28 Jan 2009 04:21:16 -0000      
1.3
@@ -1,7 +1,7 @@
 <!DOCTYPE html PUBLIC "-//IETF//DTD HTML 2.0//EN">
 <HTML>
 <HEAD>
-<TITLE>Copyright e Globalização na Era das Redes de Computadores - O Projeto 
GNU
+<TITLE>Copyright e Globalização na Era das Redes de Computadores — O 
Projeto GNU
 e a Fundação para o Software Livre (FSF)</TITLE>
 <LINK REV="made" HREF="mailto:address@hidden";>
 <META HTTP-EQUIV="Content-Type" CONTENT="text/html; charset=utf-8">
@@ -24,102 +24,86 @@
 ]
 <P>
                                       
-<i>A seguir temos uma transcrição editada da palestra apresentada no MIT
-no Communications Form na Quinta-feria, 19 de Abril de 2001 de 17:00 às
-19:00 hs</i>
+<i>A seguir temos uma transcrição editada da palestra apresentada no MIT no 
Communications
+Form na quinta-feria, 19 de abril de 2001 de 17:00 às 19:00 hs</i>
 
 <p>
 
-<b>DAVID THORBURN, moderador</b>: Nosso palestrante hoje, Richard Stallman,
-é uma figura lendária no mundo da computação, e minha experiência de 
procurar
-por uma pessoa à altura de dividir o palco com ele foi instrutiva. Um 
professor
-respeitado do MIT me disse que Stallman deve ser compreendido como uma
-figura carismática de uma parábola bíblica - um tipo de anedota do velho
-testamento - ou uma lição. "Imagine, " ele disse "um Moisés ou um Jeremias -
-melhor um Jeremias." E eu disse, "Bem, isto é admirável."
-
-<p>
-Aquilo soou maravilhoso. Confirmou meu sendo do tipo de contribuição que
-ele fez para o mundo. Então por que você está relutante em dividir o mesmo
-painel com ele?" Sua resposta: "Assim como Jeremias ou Moisés, ele
-iria simplesmente me ofuscar. Eu não iria ser notado no mesmo painel que ele,
-mas se você me pedir para nomear cinco pessoas vivas no mundo que
+<b>DAVID THORBURN, moderador</b>: Nosso palestrante hoje, Richard Stallman, é 
uma figura
+lendária no mundo da computação, e minha experiência de procurar por uma 
pessoa à altura de
+dividir o palco com ele foi instrutiva. Um professor respeitado do MIT me 
disse que Stallman
+deve ser compreendido como uma figura carismática de uma parábola bíblica 
— um tipo de
+anedota do velho testamento — ou uma lição. "Imagine, " ele disse "um 
Moisés ou um Jeremias
+- melhor um Jeremias." E eu disse, "Bem, isto é admirável."
+
+<p>
+Aquilo soou maravilhoso. Confirmou meu sendo do tipo de contribuição que ele 
fez para o
+mundo. Então por que você está relutante em dividir o mesmo painel com 
ele?" Sua resposta:
+"Assim como Jeremias ou Moisés, ele iria simplesmente me ofuscar. Eu não 
iria ser notado no
+mesmo painel que ele, mas se você me pedir para nomear cinco pessoas vivas no 
mundo que
 realmente tenham ajudado a todos nós, Richard Stallman seria uma delas."
 
 <p>
-<b>RICHARD STALLMAN</b>: Eu deveria [iniciar explicando por que eu
-me recusei a autorizar a presença deste fórum no web cast], no caso de que
-não esteja completamente claro qual é o verdadeiro ponto: o software
-utilizado para o broadcast na web requer que o visitante baixe um determinado
-software de modo a ser capaz de receber o broadcast. Este software não
-é software livre. Ele está disponível a custo zero mas somente como um
-executável, que é um misterioso amontoado de números.
-
-<p>
-O que ele faz é segredo. Você não pode estudá-lo; você não pode 
modificá-lo;
-e você certamente não pode publicar a sua própria versão modificada.
-E estas são algumas das liberdades que são essenciais na definição de
-"software livre".
-
-<p>
-Portanto, se eu sou um honesto defensor do software livre, eu
-não posso sair por aí fazendo palestras, e então fazer pressão para
-que as pessoas utilizem software que não é livre. Eu estaria
-minando minha própria causa. E se eu não mostrar que eu levo os
-meus princípios a sério, eu não posso esperar que mais ninguém os
-leve a sério.
-
-<p>
-Entretanto, esta palestra não é sobre software livre. Depois de estar
-trabalhando no movimento do software livre por vários anos e que
-as pessoas iniciaram a utilizar vários dos pedaços do sistema operacional
-GNU, eu comecei a ser convidado para apresentar palestras [nas quais] ...
-as pessoas começaram a me perguntar: "Bem, como as idéias sobre liberdade
-para usuários de software podem ser generalizadas para outros tipos de
-coisas?"
+<b>RICHARD STALLMAN</b>: Eu deveria [iniciar explicando por que eu me recusei 
a autorizar a
+presença deste fórum no web cast], no caso de que não esteja completamente 
claro qual é o
+verdadeiro ponto: o software utilizado para o broadcast na web requer que o 
visitante baixe
+um determinado software de modo a ser capaz de receber o broadcast. Este 
software não é
+software livre. Ele está disponível a custo zero mas somente como um 
executável, que é um
+misterioso amontoado de números.
+
+<p>
+O que ele faz é segredo. Você não pode estudá-lo; você não pode 
modificá-lo; e você
+certamente não pode publicar a sua própria versão modificada.  E estas são 
algumas das
+liberdades que são essenciais na definição de "software livre".
+
+<p>
+Portanto, se sou um honesto defensor do software livre, não posso sair por 
aí fazendo
+palestras, e então fazer pressão para que as pessoas utilizem software que 
não é livre.
+Estaria minando minha própria causa. E se não mostrar que levo os meus 
princípios a sério,
+não posso esperar que mais ninguém os leve a sério.
+
+<p>
+Entretanto, esta palestra não é sobre software livre. Depois de estar 
trabalhando no
+movimento do software livre por vários anos e que as pessoas iniciaram a 
utilizar vários dos
+pedaços do sistema operacional GNU, comecei a ser convidado para apresentar 
palestras [nas
+quais]...  as pessoas começaram a me perguntar: "Bem, como as idéias sobre 
liberdade para
+usuários de software podem ser generalizadas para outros tipos de coisas?"
 
 <p>
 E, é claro, as pessoas fizeram perguntas difíceis como, "Bem, o hardware
 deveria ser livre?" "Este microfone deveria ser livre?"
 
 <p>
-Bem, o que isto tudo significa? Você deveria ser livre para copiar e
-modificá-lo? Bem, quanto a modificá-lo, se você comprar o microfone,
-ninguém iria impedi-lo de modificá-lo. Quanto a copiá-lo, ninguém possui
-um "copiador de microfones". Fora de "Jornada nas Estrelas", estas coisas
-não existem. Talvez algum dia haverá analisadores e montadores baseados
-em nanotecnologia, e realmente será possível copiar objetos físicos, e
-então as questões de se você deve ser livre para fazer essas coisas se
-tornarão realmente importantes. Nós veremos empresas agropecuárias
-tentando impedir as pessoas de copiarem comida, e isto se tornará uma
-das principais questões políticas, caso esta capacidade tecnológica
-venha a existir. Eu não sei se irá acontecer; é apenas especulação neste
-momento.
-
-<p>
-Mas para outros tipos de informação, você pode levantar esta questão,
-porque qualquer tipo de informação pode ser armazenada em um computador,
-copiada e modificada. Portanto as questões éticas do software livre,
-as questões do direito do usuário de copiar e modificar software, são
-semelhantes às mesas questões aplicadas a outros tipos de informação
-publicada. Agora eu não estou falando de informações privativas,
-digamos, informações pessoais, que nunca foram concebidas para
-estarem disponíveis ao público em geral. Eu estou falando sobre os
-direitos que você deveria ter se você obtém cópias de coisas
-publicadas quando não houve tentativas de mantê-las em segredo.
-
-<p>
-De modo que eu possa explicar as minhas idéias sobre o assunto, eu
-gostaria de revisar a história da distribuição da informação e do
-copyright. No mundo antigo, os livros eram escritos à mão com uma
-pena, e qualquer um que soubesse ler e escrever poderia copiar um
-livro de maneira tão eficiente quando qualquer outro. Alguém que
-fizesse isso o dia inteiro poderia provavelmente aprender a ser um
-pouco melhor na tarefa, mas nunca haveria uma diferença tremenda.
-E já que as cópias eram feitas uma de cada vez, não havia economia
-de escala significativa. Fazer dez cópias de um livro tomaria dez vezes
-mais tempo do que fazer uma única cópia. Também não havia nada
-forçando a centralização; um livro poderia ser copiado em qualquer lugar.
+Bem, o que isto tudo significa? Você deveria ser livre para copiar e 
modificá-lo? Bem,
+quanto a modificá-lo, se você comprar o microfone, ninguém iria impedi-lo de
+modificá-lo. Quanto a copiá-lo, ninguém possui um "copiador de microfones". 
Fora de "Jornada
+nas Estrelas", estas coisas não existem. Talvez algum dia haverá 
analisadores e montadores
+baseados em nanotecnologia, e realmente será possível copiar objetos 
físicos, e então as
+questões de se você deve ser livre para fazer essas coisas se tornarão 
realmente
+importantes.  Veremos empresas agropecuárias tentando impedir as pessoas de 
copiarem comida,
+e isto se tornará uma das principais questões políticas, caso esta 
capacidade tecnológica
+venha a existir.  Não sei se irá acontecer; é apenas especulação neste 
momento.
+
+<p>
+Mas para outros tipos de informação, você pode levantar esta questão, 
porque qualquer tipo
+de informação pode ser armazenada em um computador, copiada e modificada. 
Portanto as
+questões éticas do software livre, as questões do direito do usuário de 
copiar e modificar
+software, são semelhantes às mesas questões aplicadas a outros tipos de 
informação
+publicada. Agora não estou falando de informações privativas, digamos, 
informações pessoais,
+que nunca foram concebidas para estarem disponíveis ao público em geral.  
Estou falando
+sobre os direitos que você deveria ter se você obtém cópias de coisas 
publicadas quando não
+houve tentativas de mantê-las em segredo.
+
+<p>
+De modo que eu possa explicar as minhas idéias sobre o assunto, gostaria de 
revisar a
+história da distribuição da informação e do copyright. No mundo antigo, 
os livros eram
+escritos à mão com uma pena, e qualquer um que soubesse ler e escrever 
poderia copiar um
+livro de maneira tão eficiente quando qualquer outro. Alguém que fizesse 
isso o dia inteiro
+poderia provavelmente aprender a ser um pouco melhor na tarefa, mas nunca 
haveria uma
+diferença tremenda.  E já que as cópias eram feitas uma de cada vez, não 
havia economia de
+escala significativa. Fazer dez cópias de um livro tomaria dez vezes mais 
tempo do que fazer
+uma única cópia. Também não havia nada forçando a centralização; um 
livro poderia ser
+copiado em qualquer lugar.
 
 <p>
 Agora, por causa desta tecnologia, porque ela não garantia que as cópias
@@ -131,7 +115,7 @@
 você poderia copiar parte de um livro, então acrescentar novas palavras,
 copiar mais algumas e então acrescentar outras e assim por diante.
 Isto era chamado "escrever um comentário" -- era uma coisa comum
-de se fazer - e esses comentários eram bastante apreciados.
+de se fazer — e esses comentários eram bastante apreciados.
 
 <p>
 Você também poderia copiar uma passagem de um livro, então acrescentar
@@ -176,21 +160,18 @@
 você tem é tempo."
 
 <p>
-Portanto a cópia manual ainda era feita em alguma extensão. Eu penso que
-foi nos anos 1800s que a impressão se tornou barata o suficiente para que
-mesmo as pessoas pobres pudessem comprar livros impressos se elas
-fossem alfabetizadas.
+Portanto a cópia manual ainda era feita em alguma extensão.  Acho que foi 
nos anos 1800s que
+a impressão se tornou barata o suficiente para que mesmo as pessoas pobres 
pudessem comprar
+livros impressos se elas fossem alfabetizadas.
 
 <p>
-Então o copyright foi desenvolvido juntamente com o uso da prensa
-de impressão e, dada a tecnologia da prensa, ele teve o efeito de uma
-regulamentação industrial. Ele não restringia o que os leitores poderiam
-fazer; ele restringiu o que as editoras e autores poderiam fazer. O
-copyright, na Inglaterra, foi inicialmente uma forma de censura. Você
-tinha que obter a permissão do governo para publicar um livro. Mas
-a idéia mudou. Na época da Constituição dos EUA, se chegou a uma
-idéia diferente do propósito do copyright, e eu penso que esta idéia
-foi aceita também na Inglaterra.
+Então o copyright foi desenvolvido juntamente com o uso da prensa de 
impressão e, dada a
+tecnologia da prensa, ele teve o efeito de uma regulamentação industrial. 
Ele não restringia
+o que os leitores poderiam fazer; ele restringiu o que as editoras e autores 
poderiam
+fazer. O copyright, na Inglaterra, foi inicialmente uma forma de censura. 
Você tinha que
+obter a permissão do governo para publicar um livro. Mas a idéia mudou. Na 
época da
+Constituição dos EUA, se chegou a uma idéia diferente do propósito do 
copyright, e acho que
+esta idéia foi aceita também na Inglaterra.
 
 <p>
 Na Constituição dos EUA foi proposto que os autores deveriam
@@ -240,7 +221,7 @@
 <p>
 Porém, esta troca é vantajosa? Bem, quanto o público em geral
 não pode fazer cópias porque elas só podem ser feitas de maneira
-eficiente em prensas - e a maioria das pessoas não possui prensas - o
+eficiente em prensas — e a maioria das pessoas não possui prensas — o
 resultado é que o público está abrindo mão de uma liberdade que ele
 não é capaz de exercer, uma liberdade sem nenhum valor prático.
 Então se você tem algo que é um subproduto da sua vida e é inútil
@@ -269,39 +250,32 @@
 e tecnologias similares está indo embora.
 
 <p>
-E esta mudança de contexto muda o modo como a lei de copyright
-funciona. Note, a lei de copyright não age mais como uma regulamentação
-industrial; ela agora é uma restrição draconiana sobre o público em geral.
-Ela costumava ser uma restrição sobre os editores em benefício dos
-autores; hoje, para qualquer propósito prático, ela é uma restrição
-sobre o público em benefício dos editores. Copyright costumava ser
-indolor e sem controvérsias. Ele não restringia o público. Agora isto
-não é mais verdade. Se você tem um computador, os editores consideram
-impor restrições sobre você como a mais alta prioridade. O copyright
-era fácil de fiscalizar porque era uma restrição somente sobre editores
-que eram fáceis de encontrar e o que eles publicavam era fácil de se ver.
-Hoje o copyright é uma restrição sobre cada um e sobre todos vocês.
-A sua fiscalização requer vigilância - uma invasão - e punições 
drásticas,
-e nós estamos vendo estas coisas sendo introduzidas nas leis dos EUA e
-de outros países.
-
-<p>
-E pense que o copyright costumava ser, aparentemente, uma troca
-vantajosa para o público porque o público estava trocando liberdades
-que ele não era capaz de exercer. Bem, nós agora podemos exercer
-estas liberdades. O que você faria se você estivesse produzindo um
-subproduto que não tinha utilidade e você estivesse acostumado a
-trocá-lo e, de repente, você descobrisse um uso para ele (o subproduto)?
-Você agora pode efetivamente utilizá-lo, consumi-lo. Você não faria mais
-trocas, você ficaria com ele. E isto é o que o público gostaria naturalmente
-que fosse feito. Isto é o que o público faz sempre que ele tem a chance
-de expressar as suas preferências. O Napster é um grande exemplo
-disto, do público decidindo exercer a sua liberdade de copiar em vez
-de abrir mão dela. Então o que nós vemos como sendo a coisa natural é fazer
-com que a lei de copyright se adéqüe às atuais circunstâncias , reduzindo
-o poder atribuído aos donos do copyright, reduzindo a quantidade de
-restrições que ela impõe ao público e aumentando a liberdade que o
-público conserva.
+E esta mudança de contexto muda o modo como a lei de copyright funciona. 
Note, a lei de
+copyright não age mais como uma regulamentação industrial; ela agora é uma 
restrição
+draconiana sobre o público em geral.  Ela costumava ser uma restrição sobre 
os editores em
+benefício dos autores; hoje, para qualquer propósito prático, ela é uma 
restrição sobre o
+público em benefício dos editores. Copyright costumava ser indolor e sem 
controvérsias. Ele
+não restringia o público. Agora isto não é mais verdade. Se você tem um 
computador, os
+editores consideram impor restrições sobre você como a mais alta 
prioridade. O copyright era
+fácil de fiscalizar porque era uma restrição somente sobre editores que 
eram fáceis de
+encontrar e o que eles publicavam era fácil de se ver.  Hoje o copyright é 
uma restrição
+sobre cada um e sobre todos vocês.  A sua fiscalização requer vigilância 
— uma invasão — e
+punições drásticas, e vemos estas coisas sendo introduzidas nas leis dos 
EUA e de outros
+países.
+
+<p>
+E pense que o copyright costumava ser, aparentemente, uma troca vantajosa para 
o público
+porque o público estava trocando liberdades que ele não era capaz de 
exercer. Bem, agora
+podemos exercer estas liberdades. O que você faria se você estivesse 
produzindo um
+subproduto que não tinha utilidade e você estivesse acostumado a trocá-lo 
e, de repente,
+você descobrisse um uso para ele (o subproduto)?  Você agora pode 
efetivamente utilizá-lo,
+consumi-lo. Você não faria mais trocas, você ficaria com ele. E isto é o 
que o público
+gostaria naturalmente que fosse feito. Isto é o que o público faz sempre que 
ele tem a
+chance de expressar as suas preferências. O Napster é um grande exemplo 
disto, do público
+decidindo exercer a sua liberdade de copiar em vez de abrir mão dela. Então 
o que vemos como
+sendo a coisa natural é fazer com que a lei de copyright se adéqüe às 
atuais circunstâncias
+, reduzindo o poder atribuído aos donos do copyright, reduzindo a quantidade 
de restrições
+que ela impõe ao público e aumentando a liberdade que o público conserva.
 
 <p>
 Mas isto não é o que os editores desejam fazer. Eles querem
@@ -313,98 +287,80 @@
 na era da prensa de impressão foram retiradas.
 
 <p>
-Por exemplo, vamos examinar os e-books. Há um tremendo hype sobre
-e-books; você não consegue evitá-lo. Eu tomei um vôo no Brasil e, na
-revista de vôo, havia um artigo dizendo que talvez demore 10 ou 20 anos
-até que todos nós tenhamos mudado para os e-books. Certamente,
-este tipo de campanha vem de alguém que paga por ela. Mas quem
-está fazendo isso? Eu acho que sei. O motivo é que os e-books são uma
-oportunidade de se retirar as últimas liberdades que os leitores de livros
-impressos sempre tiveram e ainda tem - a liberdade, por exemplo, de
-emprestar um livro para o seu amigo, ou de pegá-lo em uma biblioteca
-pública, ou vender uma cópia para um sebo, ou comprar uma cópia
-anon imamente, sem deixar um registro no banco de dados de quem
+Por exemplo, examinemos os livros eletrônicos (<em>livros eletrônicos</em>). 
Há um tremendo
+<em>hype</em> sobre livros eletrônicos; não se consegue evitá-lo.  Tomei um 
vôo no Brasil e,
+na revista de vôo, havia um artigo dizendo que talvez demore 10 ou 20 anos 
até que todos
+tenhamos mudado para os livros eletrônicos. Certamente, este tipo de campanha 
vem de alguém
+que paga por ela. Mas quem está fazendo isso?  Acho que sei. O motivo é que 
os livros
+eletrônicos são uma oportunidade de se retirar as últimas liberdades que os 
leitores de
+livros impressos sempre tiveram e ainda tem — a liberdade, por exemplo, de 
emprestar um
+livro para o seu amigo, ou de pegá-lo em uma biblioteca pública, ou vender 
uma cópia para um
+sebo, ou comprar uma cópia anonimamente, sem deixar um registro no banco de 
dados de quem
 comprou qual livro. E mesmo o direito de ler duas vezes.
 
 <p>
-Essas são liberdades que os editores gostariam de retirar, mas eles
-não podem fazer isso com os livros impressos porque seria óbvio
-demais o abuso do poder e geraria reações. Então eles encontraram
-uma estratégia indireta: primeiro, eles conseguem leis para retirar
-estas liberdades quando não existem e-books; de modo que não haja
-controvérsia. Não existem usuários pre-existentes de e-books que
-estejam acostumados com suas liberdades e que venham a defendê-las.
-Foi o que eles conseguiram com o Digital Millennium Copyright Act em
-1998. Então eles introduzem os e-books e gradualmente fazem com que
-todos mudem dos livros impressos para os e-books e o resultado é,
-que os leitores perderam estas liberdades sem ao menos terem um
-momento no qual estas liberdades tenham sido retiradas e durante o
-qual eles pudessem lutar para conservá-las.
-
-<p>
-Nós vemos ao mesmo tempo esforços para retirar das pessoas a liberdade
-no uso de outros tipos de trabalhos publicados. Por exemplo, os filmes que
-estão em DVDs são publicados em uma forma criptografada que costumava
-ser secreta - ela foi criada para ser secreta - e o único modo pelo qual
-os estúdios de cinema lhe falariam sobre o formato, de modo que você
-pudesse fabricar um DVD Player, era se você assinasse um contrato para
-embutir certas restrições no player, de modo que o público seria impedido
-até mesmo de exercer completamente seus direitos legais. Então um
-pequeno grupo de programadores brilhantes na Europa descobriu o
-formato dos DVDs e eles escreveram um software livre que poderia
-ler um DVD. Isto tornou possível a utilização de software livre sobre
-o sistema operacional GNU/Linux para exibir o DVD que você comprou,
-o que é algo perfeitamente legal. Você deveria ser capaz de fazer isso
+Essas são liberdades que os editores gostariam de retirar, mas eles não 
podem fazer isso com
+os livros impressos porque seria óbvio demais o abuso do poder e geraria 
reações. Então eles
+encontraram uma estratégia indireta: primeiro, eles conseguem leis para 
retirar estas
+liberdades quando não existem livros eletrônicos; de modo que não haja 
controvérsia. Não
+existem usuários pre-existentes de livros eletrônicos que estejam 
acostumados com suas
+liberdades e que venham a defendê-las.  Foi o que eles conseguiram com o 
Digital Millennium
+Copyright Act em 1998. Então eles introduzem os livros eletrônicos e 
gradualmente fazem com
+que todos mudem dos livros impressos para os livros eletrônicos e o resultado 
é, que os
+leitores perderam estas liberdades sem ao menos terem um momento no qual estas 
liberdades
+tenham sido retiradas e durante o qual eles pudessem lutar para conservá-las.
+
+<p>
+Vemos ao mesmo tempo esforços para retirar das pessoas a liberdade no uso de 
outros tipos de
+trabalhos publicados. Por exemplo, os filmes que estão em DVDs são 
publicados em uma forma
+criptografada que costumava ser secreta — ela foi criada para ser secreta 
— e o único modo
+pelo qual os estúdios de cinema lhe falariam sobre o formato, de modo que 
você pudesse
+fabricar um DVD Player, era se você assinasse um contrato para embutir certas 
restrições no
+player, de modo que o público seria impedido até mesmo de exercer 
completamente seus
+direitos legais. Então um pequeno grupo de programadores brilhantes na Europa 
descobriu o
+formato dos DVDs e eles escreveram um software livre que poderia ler um DVD. 
Isto tornou
+possível a utilização de software livre sobre o sistema operacional 
GNU/Linux para exibir o
+DVD que você comprou, o que é algo perfeitamente legal. Você deveria ser 
capaz de fazer isso
 com software livre.
 
 <p>
-Mas os estúdios de cinema foram à corte. Veja só, os estúdios de cinema
-costumavam fazer um monte de filmes onde havia um cientista louco e
-alguém dizia, "Mas, doutor, existem certas coisas que o homem não
-deveria saber." Eles devem ter assistido demais aos seus próprios filmes
-pois eles começaram a acreditar que o formato dos DVDs é algo que o
-homem não deveria saber. E eles conseguiram um veredito para total
-censura do software para tocar DVDs. Até mesmo fazer um link
-para um site onde esta informação está legalmente disponível fora
-dos EUA é proibido. Eu me orgulho de dizer que eu assinei uma declaração
-de "amigo da corte" na apelação, apesar de estar tendo um papel muito
-pequeno nesta batalha em particular.
-
-<p>
-Por outro lado, o governo dos EUA interveio diretamente. Isto não
-é surpreendente se você antes considerar por que o Digital Millennium
-Copyright Act foi aprovado. O motivo é o sistema de financiamento
-da campanha eleitoral que nós temos nos EUA, que é essencialmente
-propina legalizada onde os candidatos são comprados pelas empresas
-antes mesmo de serem eleitos. E, é claro, eles sabem quem é o seu
-mestre - eles sabem por quem eles estão trabalhando - e eles aprovam
-as leis para dar às empresas mais poder.
-
-<p>
-Eu não sei o que acontecerá nesta batalha em particular, nós não
-sabemos. Mas, enquanto isso, a Austrália aprovou uma lei similar
-e a Europa está quase adotando uma; então o plano é não deixar
-nenhum lugar na terra onde esta informação possa ser deixada
-disponível para as pessoas. Mas os EUA permanecem como os
-líderes mundiais em impedir o público de distribuir a informação
-que foi publicada.
-
-<p>
-Entretanto, os EUA não foram a primeira nação a tornar isto uma
-prioridade. A União Soviética tratou o assunto como sendo muito
-importante. Ali a cópia e redistribuição não autorizada era conhecida
-como Samizdat e, para eliminá-la, foi desenvolvida uma série
-de métodos. Primeiro, guardas vigiando cada unidade, cada equipamento
-de cópia para verificar o que as pessoas estavam copiando e assim
-impedir a cópia não-autorizada. Segundo, punições duras para qualquer
-um pego fazendo cópias ilegais. Você poderia ser enviado para a
-Sibéria. Terceiro, solicitando informantes, pedindo a todos para
-dedurar os seus vizinhos e colegas de trabalho à polícia da informação.
-Quarto, responsabilidade coletiva - Você! Você tem que vigiar aquele
-grupo! Se eu pegar qualquer um deles realizando cópias ilegais,
-você será preso. Portanto, vigie-os cuidadosamente. E quinto, propaganda,
-desde a infância, para convencer as pessoas que somente um terrível
-inimigo do povo poderia pensar em fazer cópias ilegais.
+Mas os estúdios de cinema foram à corte. Veja só, os estúdios de cinema 
costumavam fazer um
+monte de filmes onde havia um cientista louco e alguém dizia, "Mas, doutor, 
existem certas
+coisas que o homem não deveria saber." Eles devem ter assistido demais aos 
seus próprios
+filmes pois eles começaram a acreditar que o formato dos DVDs é algo que o 
homem não deveria
+saber. E eles conseguiram um veredito para total censura do software para 
tocar DVDs. Até
+mesmo fazer um link para um site onde esta informação está legalmente 
disponível fora dos
+EUA é proibido.  Orgulho-me de dizer que assinei uma declaração de "amicus 
curiæ" na
+apelação, apesar de estar tendo um papel muito pequeno nesta batalha em 
particular.
+
+<p>
+Por outro lado, o governo dos EUA interveio diretamente. Isto não é 
surpreendente se você
+antes considerar por que o Digital Millennium Copyright Act foi aprovado. O 
motivo é o
+sistema de financiamento da campanha eleitoral que temos nos EUA, que é 
essencialmente
+propina legalizada onde os candidatos são comprados pelas empresas antes 
mesmo de serem
+eleitos. E, é claro, eles sabem quem é o seu mestre — eles sabem por quem 
eles estão
+trabalhando — e eles aprovam as leis para dar às empresas mais poder.
+
+<p>
+Não sei o que acontecerá nesta batalha em particular, não sabemos. Mas, 
enquanto isso, a
+Austrália aprovou uma lei similar e a Europa está quase adotando uma; então 
o plano é não
+deixar nenhum lugar na terra onde esta informação possa ser deixada 
disponível para as
+pessoas. Mas os EUA permanecem como os líderes mundiais em impedir o público 
de distribuir a
+informação que foi publicada.
+
+<p>
+Entretanto, os EUA não foram a primeira nação a tornar isto uma prioridade. 
A União
+Soviética tratou o assunto como sendo muito importante. Ali a cópia e 
redistribuição não
+autorizada era conhecida como Samizdat e, para eliminá-la, foi desenvolvida 
uma série de
+métodos. Primeiro, guardas vigiando cada unidade, cada equipamento de cópia 
para verificar o
+que as pessoas estavam copiando e assim impedir a cópia não-autorizada. 
Segundo, punições
+duras para qualquer um pego fazendo cópias ilegais. Você poderia ser enviado 
para a
+Sibéria. Terceiro, solicitando informantes, pedindo a todos para dedurar os 
seus vizinhos e
+colegas de trabalho à polícia da informação.  Quarto, responsabilidade 
coletiva — Você! Você
+tem que vigiar aquele grupo! Se eu pegar qualquer um deles realizando cópias 
ilegais, você
+será preso. Portanto, vigie-os cuidadosamente. E quinto, propaganda, desde a 
infância, para
+convencer as pessoas que somente um terrível inimigo do povo poderia pensar 
em fazer cópias
+ilegais.
 
 <p>
 Os EUA estão usando todas estas medidas hoje. Primeiro, guardas
@@ -438,29 +394,23 @@
 (Software Publishes Association).
 
 <p>
-E quarto, responsabilidade coletiva. Nos EUA, isto foi feito pela
-incriminação de provedores Internet, tornando-os legalmente
-responsáveis por qualquer coisa que seus clientes publiquem.
-O único modo pelo qual eles podem evitar serem responsabilizados
-é se eles seguirem uma política inviolável de desconectar ou remover
-qualquer informação em duas semanas após uma reclamação.
-Apenas há alguns dias, eu ouvi falar de que um interessante site de
-protesto criticando o City Bank foi desconectado desta forma.
-Hoje em dia, você não tem nem mesmo uma chance na corte;
-seu site apenas é desconectado.
-
-<p>
-E, finalmente, propaganda, iniciando na infância. Para isso que a
-palavra "pirata" é utilizada. Se você pensar em como as coisas eram
-há alguns anos, o termo "pirata" foi antes aplicado a editores que não
-pagavam ao autor. Mas agora as coisas foram viradas pelo avesso.
-Ele agora é aplicado à membros do público que escapam ao controle
-do editor. Ele está sendo utilizado para convencer as pessoas de que
-somente um detestável inimigo do povo poderia pensar em fazer
-cópias piratas. Ele diz que "compartilhar com o seu próximo é
-moralmente equivalente a atacar um navio." Eu tenho esperança de
-que vocês não concordem com isso e, se vocês não concordam, eu
-espero que vocês se recusem a usar a palavra desta forma.
+E quarto, responsabilidade coletiva. Nos EUA, isto foi feito pela 
incriminação de provedores
+Internet, tornando-os legalmente responsáveis por qualquer coisa que seus 
clientes
+publiquem.  O único modo pelo qual eles podem evitar serem responsabilizados 
é se eles
+seguirem uma política inviolável de desconectar ou remover qualquer 
informação em duas
+semanas após uma reclamação.  Apenas há alguns dias, ouvi falar de que um 
interessante site
+de protesto criticando o Citybank foi desconectado desta forma.  Hoje em dia, 
você não tem
+nem mesmo uma chance na corte; seu site apenas é desconectado.
+
+<p>
+E, finalmente, propaganda, iniciando na infância. Para isso que a palavra 
"pirata" é
+utilizada. Se você pensar em como as coisas eram há alguns anos, o termo 
"pirata" foi antes
+aplicado a editores que não pagavam ao autor. Mas agora as coisas foram 
viradas pelo avesso.
+Ele agora é aplicado à membros do público que escapam ao controle do 
editor. Ele está sendo
+utilizado para convencer as pessoas de que somente um detestável inimigo do 
povo poderia
+pensar em fazer cópias piratas. Ele diz que "compartilhar com o seu próximo 
é moralmente
+equivalente a atacar um navio."  Tenho esperança de que vocês não concordem 
com isso e, se
+vocês não concordam, espero que vocês se recusem a usar a palavra desta 
forma.
 
 <p>
 Então, os editores estão comprando leis que lhes dão mais poder.
@@ -499,12 +449,11 @@
 destes cidadãos.
 
 <p>
-Democracia é um problema, na opinião deles, e essas ameaças são
-criadas para pôr um fim no problema. Por exemplo, a NAFTA na verdade
-possui provisões, eu acredito, permitindo às empresas processar qualquer
-governo para eliminar uma lei que eles acreditam que esteja interferindo
-com os seus lucros naquele país. Então empresas estrangeiras tem mais
-poder do que os cidadãos do país.
+Democracia é um problema, na opinião deles, e essas ameaças são criadas 
para pôr um fim no
+problema. Por exemplo, a NAFTA na verdade possui provisões, creio, permitindo 
às empresas
+processar qualquer governo para eliminar uma lei que eles acreditam que esteja 
interferindo
+com os seus lucros naquele país. Então empresas estrangeiras tem mais poder 
do que os
+cidadãos do país.
 
 <p>
 Existem tentativas de estender isso além do NAFTA. Por exemplo,
@@ -514,12 +463,11 @@
 para todo o mundo.
 
 <p>
-Uma coisa que nós vimos nos anos 90 é que essas ameaças iniciam
-por impor o copyright por todo o mundo, e de maneiras mais poderosa
-e restritivas. Estas ameaças não são ameaças contra o livre comércio.
-Elas são na verdade ameaças controladas pelas corporações sendo
-utilizadas para dar às corporações controle sobre o comércio mundial,
-de modo a eliminar o livre comércio.
+Uma coisa que vimos nos anos 90 é que essas ameaças iniciam por impor o 
copyright por todo o
+mundo, e de maneiras mais poderosa e restritivas. Estas ameaças não são 
ameaças contra o
+livre comércio.  Elas são na verdade ameaças controladas pelas 
corporações sendo utilizadas
+para dar às corporações controle sobre o comércio mundial, de modo a 
eliminar o livre
+comércio.
 
 <p>
 Quando os EUA eram um país em desenvolvimento, nos anos 1800, os
@@ -529,25 +477,20 @@
 que ela drenaria dinheiro e não traria nada de bom.
 
 <p>
-A mesma lógica se aplicaria hoje à países em desenvolvimento mas
-os EUA tem poder suficiente para obrigá-los a ir contra os seus
-próprios interesses. Na verdade, é um erro falar dos interesses de
-países neste contexto. De fato, eu tenho certeza de que a maioria
-de vocês ouviu falar da falácia de se tentar julgar o interesse do
-público pela soma das rendas de todos. Se os trabalhadores americanos
-perdessem $1 bilhão e Bill Gates ganhasse $2 bilhões, os americanos
-estariam melhor no final? Isto seria bom para os EUA? Se você prestar
-atenção apenas ao total, pode parecer bom. Entretanto, este exemplo
-mostra que o total é o modo errado de julgar as coisas porque Bill
-Gates na verdade não necessita outros $2 bilhões, mas a perda de
-$1 bilhão por pessoas que não tem muito com o que começar de novo
-seria dolorosa. Bem, em uma discussão sobre qualquer uma dessas
-ameaças ao comércio, quando você ouvir falarem sobre os
-investimentos neste país ou naquele país, o que eles estão
-fazendo, em cada país, é somar as rendas de todos. Então é na
-verdade uma desculpa para se aplicar a mesma falácia para que
-você ignore a distribuição de renda em cada país e se a ameaça
-está tornando a distribuição mais desigual, como ela fez nos EUA.
+A mesma lógica se aplicaria hoje à países em desenvolvimento mas os EUA tem 
poder suficiente
+para obrigá-los a ir contra os seus próprios interesses. Na verdade, é um 
erro falar dos
+interesses de países neste contexto. De fato, tenho certeza de que a maioria 
de vocês ouviu
+falar da falácia de se tentar julgar o interesse do público pela soma das 
rendas de
+todos. Se os trabalhadores americanos perdessem $1 bilhão e Bill Gates 
ganhasse $2 bilhões,
+os americanos estariam melhor no final? Isto seria bom para os EUA? Se você 
prestar atenção
+apenas ao total, pode parecer bom. Entretanto, este exemplo mostra que o total 
é o modo
+errado de julgar as coisas porque Bill Gates na verdade não necessita outros 
$2 bilhões, mas
+a perda de $1 bilhão por pessoas que não tem muito com o que começar de 
novo seria
+dolorosa. Bem, em uma discussão sobre qualquer uma dessas ameaças ao 
comércio, quando você
+ouvir falarem sobre os investimentos neste país ou naquele país, o que eles 
estão fazendo,
+em cada país, é somar as rendas de todos. Então é na verdade uma desculpa 
para se aplicar a
+mesma falácia para que você ignore a distribuição de renda em cada país e 
se a ameaça está
+tornando a distribuição mais desigual, como ela fez nos EUA.
 
 <p>
 Então, não são na verdade os interesses dos EUA que estão sendo
@@ -557,21 +500,17 @@
 aos interesses do povo.
 
 <p>
-Mas o que seria sensato se fazer? Se nós acreditarmos no objetivo declarado
-do copyright, por exemplo na Constituição dos EUA, o objetivo de se
-promover o progresso, quais seriam as políticas inteligentes a se
-estabelecer na era das redes de computadores? Claramente, em vez de
-aumentar o poder do copyright, nós temos que empurrá-lo de volta de
-modo a dar ao povo um certo domínio de liberdade onde eles possam fazer
-uso dos benefícios da tecnologia digital, fazer uso das suas redes de
-computadores. Mas o quão longe nós devemos ir? Esta é uma questão
-interessante porque eu não penso que nós devamos necessariamente
-abolir o copyright por completo. A idéia de trocar algumas liberdades
-por mais progresso ainda pode ser uma troca vantajosa até certo
-ponto, mesmo que pelo copyright se abra mão de muita liberdade.
-Mas de modo a pensar sobre isso de maneira inteligente, a primeira
-coisa a fazer é reconhecer que não há rasão para fazê-lo de maneira
-totalmente uniforme. Não há motivos para fazer a mesma troca para
+Mas o que seria sensato se fazer? Se acreditarmos no objetivo declarado do 
copyright, por
+exemplo na Constituição dos EUA, o objetivo de se promover o progresso, 
quais seriam as
+políticas inteligentes a se estabelecer na era das redes de computadores? 
Claramente, em vez
+de aumentar o poder do copyright, temos que empurrá-lo de volta de modo a dar 
ao povo um
+certo domínio de liberdade onde eles possam fazer uso dos benefícios da 
tecnologia digital,
+fazer uso das suas redes de computadores. Mas o quão longe devemos ir? Esta 
é uma questão
+interessante porque não acho que devamos necessariamente abolir o copyright 
por completo. A
+idéia de trocar algumas liberdades por mais progresso ainda pode ser uma 
troca vantajosa até
+certo ponto, mesmo que pelo copyright se abra mão de muita liberdade.  Mas de 
modo a pensar
+sobre isso de maneira inteligente, a primeira coisa a fazer é reconhecer que 
não há rasão
+para fazê-lo de maneira totalmente uniforme. Não há motivos para fazer a 
mesma troca para
 todos os tipos de trabalho.
 
 <p>
@@ -587,38 +526,31 @@
 verdade importante dentro do conjunto.
 
 <p>
-Mas talvez nós devamos ter tanto copyright neste caso especial.
-Nós não temos que pagar o mesmo preço para tudo o que nós
-compramos. Mil dólares por um carro novo pode ser um ótimo
-negócio. Mil dólares por uma caixa de leite seria um péssimo
-negócio. Você não pagaria o preço especial por tudo que você
-comprasse em outras áreas da vida. Por que fazer isso aqui?
-
-<p>
-Portanto nós temos que examinar diferentes tipos de trabalhos,
-e eu gostaria de propor uma maneira de fazer isso.
-
-<p>
-Isto inclui receitas, programas de computador, manuais e livros-texto,
-trabalhos de referência como dicionários e enciclopédias. Para todos
-estes trabalhos funcionais, eu acredito que as questões sejam
-basicamente as mesmas que para o software e que as mesmas
-conclusões se apliquem. As pessoas deveriam ter a liberdade de
-publicar uma versão modificada porque é bastante útil que se modifiquem
-trabalhos funcionais. As necessidades das pessoas não são as mesmas.
-Se eu escrevi este trabalho para realizar o trabalho que eu necessito
-que seja feito, sua idéia de trabalho que você deseja fazer pode ser
-bem diferente. Então se você deseja modificar este trabalho isto
-é bom para você. Neste ponto, podem haver pessoas com necessidades
-similares às suas, e sua versão modificada seria boa para elas. Todos
-os que sabem cozinhar sabem isso e isto é conhecido há centenas de
-anos. É normal que se faça cópias de receitas e que elas sejam distribuídas
-para outras pessoas, e também é normal modificar uma receita.
-Se você modifica uma receita e a prepara para seus amigos, e eles
-gostam da comida, eles vão perguntar a você, "Poderia me dar a receita?"
-Então você escreveria a sua própria versão e daria cópias. Isto é
-exatamente a mesma coisa que nós começamos a fazer bem mais tarde
-na comunidade do software livre.
+Mas talvez devamos ter tanto copyright neste caso especial.  Não temos que 
pagar o mesmo
+preço para tudo o que compramos. Mil dólares por um carro novo pode ser um 
ótimo
+negócio. Mil dólares por uma caixa de leite seria um péssimo negócio. 
Você não pagaria o
+preço especial por tudo que você comprasse em outras áreas da vida. Por que 
fazer isso aqui?
+
+<p>
+Portanto temos que examinar diferentes tipos de trabalhos, e gostaria de 
propor uma maneira
+de fazer isso.
+
+<p>
+Isto inclui receitas, programas de computador, manuais e livros-texto, 
trabalhos de
+referência como dicionários e enciclopédias. Para todos estes trabalhos 
funcionais, creio
+que as questões sejam basicamente as mesmas que para o software e que as 
mesmas conclusões
+se apliquem. As pessoas deveriam ter a liberdade de publicar uma versão 
modificada porque é
+bastante útil que se modifiquem trabalhos funcionais. As necessidades das 
pessoas não são as
+mesmas.  Se escrevi este trabalho para realizar o trabalho que preciso que 
seja feito, sua
+idéia de trabalho que você deseja fazer pode ser bem diferente. Então se 
você deseja
+modificar este trabalho isto é bom para você. Neste ponto, podem haver 
pessoas com
+necessidades similares às suas, e sua versão modificada seria boa para elas. 
Todos os que
+sabem cozinhar sabem isso e isto é conhecido há centenas de anos. É normal 
que se faça
+cópias de receitas e que elas sejam distribuídas para outras pessoas, e 
também é normal
+modificar uma receita.  Se você modifica uma receita e a prepara para seus 
amigos, e eles
+gostam da comida, eles vão perguntar a você, "Poderia me dar a receita?"  
Então você
+escreveria a sua própria versão e daria cópias. Isto é exatamente a mesma 
coisa que
+começamos a fazer bem mais tarde na comunidade do software livre.
 
 <p>
 Então essa é uma classe de trabalhos. A segunda classe de trabalhos
@@ -633,49 +565,38 @@
 autorizadas a fazer.
 
 <p>
-A próxima questão é: as pessoas deveriam ter o direito de fazer
-cópias exatas comerciais? Ou apenas cópias não-comerciais? Veja
-que são duas atividades diferentes que nós podemos distinguir, portanto
-nós podemos considerar as duas questões separadamente - o direito
-de fazer cópias não-comerciais exatas e o direito de fazer cópias
-comerciais exatas. Bem, seria uma boa política de compromisso ter
-o copyright cobrindo cópias exatas comerciais mas permitir a
-qualquer um fazer cópias exatas não-comerciais. Desta forma, o
-copyright é sobre as cópias exatas comerciais, assim como sobre todas
-as versões modificadas - somente o autor pode aprovar uma versão
-modificada - e ainda poderia ser uma fonte de receita capaz de financiar
+A próxima questão é: as pessoas deveriam ter o direito de fazer cópias 
exatas comerciais? Ou
+apenas cópias não-comerciais? Veja que são duas atividades diferentes que 
podemos
+distinguir, portanto podemos considerar as duas questões separadamente — o 
direito de fazer
+cópias não-comerciais exatas e o direito de fazer cópias comerciais exatas. 
Bem, seria uma
+boa política de compromisso ter o copyright cobrindo cópias exatas 
comerciais mas permitir a
+qualquer um fazer cópias exatas não-comerciais. Desta forma, o copyright é 
sobre as cópias
+exatas comerciais, assim como sobre todas as versões modificadas — somente 
o autor pode
+aprovar uma versão modificada — e ainda poderia ser uma fonte de receita 
capaz de financiar
 a escrita desses trabalhos, em qualquer extensão.
 
 <p>
-Ao permitir as cópias exatas não-comerciais, o copyright não irá mais
-invadir as casas de todos. Ele se torna novamente uma regulamentação
-industrial, fácil de fiscalizar e indolor, não exigindo mais punições
-draconianas ou informantes para garantir a sua obediência. Assim
-nós conseguimos o máximo de benefício - e evitamos a maior parte
-do horror - do sistema atual.
-
-<p>
-A terceira categoria de trabalhos são os trabalhos estéticos ou
-de entretenimento, onde a coisa mais importante é apenas a
-sensação de apreciar o trabalho. Para esses trabalhos, a questão da
-modificação é muito difícil porque, por um lado, existe a idéia de que
-este trabalho reflete a visão de um artista e modificá-lo é deturpar
-esta visão. Por outro lado, temos o fato de que existe o processo
-do "folk", onde uma seqüência de pessoas modificando um
-trabalho pode muitas vezes produzir um resultado que é extremamente
-rico. Mesmo quando você tem artistas produzindo os trabalhos,
-pegar emprestado de trabalhos anteriores é freqüentemente bastante
-útil. Algumas das peças de Shakespeare utilizavam uma estória que
-foi copiada de outra peça. Se as leis atuais de copyright estivessem
-em vigor naquela época, estas peças seriam ilegais. Portanto é uma
-questão difícil que nós devemos fazer quanto a publicar versões
-modificadas de um trabalho estético ou artístico, e nós temos que
-examinar mais subdivisões desta categoria para resolver o problema.
-Por exemplo, talvez cenários de jogos de computador devam ser
-tratados de um modo; talvez qualquer um deva ser livre para publicar
-uma versão modificada deles. Mas talvez um romance deva ser tratado
-de maneira diferente; talvez para eles, a publicação comercial deva
-exigir um acordo com o autor original.
+Ao permitir as cópias exatas não-comerciais, o copyright não irá mais 
invadir as casas de
+todos. Ele se torna novamente uma regulamentação industrial, fácil de 
fiscalizar e indolor,
+não exigindo mais punições draconianas ou informantes para garantir a sua 
obediência. Assim
+conseguimos o máximo de benefício — e evitamos a maior parte do horror — 
do sistema atual.
+
+<p>
+A terceira categoria de trabalhos são os trabalhos estéticos ou de 
entretenimento, onde a
+coisa mais importante é apenas a sensação de apreciar o trabalho. Para 
esses trabalhos, a
+questão da modificação é muito difícil porque, por um lado, existe a 
idéia de que este
+trabalho reflete a visão de um artista e modificá-lo é deturpar esta 
visão. Por outro lado,
+temos o fato de que existe o processo do "folk", onde uma seqüência de 
pessoas modificando
+um trabalho pode muitas vezes produzir um resultado que é extremamente rico. 
Mesmo quando
+você tem artistas produzindo os trabalhos, pegar emprestado de trabalhos 
anteriores é
+freqüentemente bastante útil. Algumas das peças de Shakespeare utilizavam 
uma estória que
+foi copiada de outra peça. Se as leis atuais de copyright estivessem em vigor 
naquela época,
+estas peças seriam ilegais. Portanto é uma questão difícil que devemos 
fazer quanto a
+publicar versões modificadas de um trabalho estético ou artístico, e temos 
que examinar mais
+subdivisões desta categoria para resolver o problema.  Por exemplo, talvez 
cenários de jogos
+de computador devam ser tratados de um modo; talvez qualquer um deva ser livre 
para publicar
+uma versão modificada deles. Mas talvez um romance deva ser tratado de 
maneira diferente;
+talvez para eles, a publicação comercial deva exigir um acordo com o autor 
original.
 
 <p>
 Suponha que a publicação comercial destes trabalhos estéticos seja
@@ -686,22 +607,17 @@
 representam certas pessoas.
 
 <p>
-Se nós olharmos para frente, até a época em que a era das redes de
-computadores tenha iniciado em sua plenitude, depois que nós
-passemos por esta faze de transição, nós poderemos imaginar
-outro modo dos autores serem pagos pelo seu trabalho. Imagine que
-exista um sistema de dinheiro digital que permita que você receba
-dinheiro pelo seu trabalho. Imagine que nós tenhamos um sistema
-de dinheiro eletrônico que permita que enviemos dinheiro pela
-Internet; isto pode ser feito de várias maneiras utilizando criptografia,
-por exemplo. E imagine que a cópia exata de todo trabalho estético
-seja permitida. Mas eles são escritos de modo que, quando você
-estiver tocando ou lendo ou assistindo a um trabalho, apareça uma
-caixa no canto da tela que diz, "clique aqui para enviar um dólar para
-o autor", ou para o músico, ou para quem quer que seja. E a caixa
-apenas fica ali, ela não atrapalha em nada. Ela não interfere com
-você, mas lembra que é uma boa idéia apoiar os escritores e
-músicos.
+Se olharmos para frente, até a época em que a era das redes de computadores 
tenha iniciado
+em sua plenitude, depois que passemos por esta faze de transição, poderemos 
imaginar outro
+modo dos autores serem pagos pelo seu trabalho. Imagine que exista um sistema 
de dinheiro
+digital que permita que você receba dinheiro pelo seu trabalho. Imagine que 
tenhamos um
+sistema de dinheiro eletrônico que permita que enviemos dinheiro pela 
Internet; isto pode
+ser feito de várias maneiras utilizando criptografia, por exemplo. E imagine 
que a cópia
+exata de todo trabalho estético seja permitida. Mas eles são escritos de 
modo que, quando
+você estiver tocando ou lendo ou assistindo a um trabalho, apareça uma caixa 
no canto da
+tela que diz, "clique aqui para enviar um dólar para o autor", ou para o 
músico, ou para
+quem quer que seja. E a caixa apenas fica ali, ela não atrapalha em nada. Ela 
não interfere
+com você, mas lembra que é uma boa idéia apoiar os escritores e músicos.
 
 <p>
 Então, se você gostar do trabalho que você está lendo ou assistindo,
@@ -719,13 +635,12 @@
 músicos o tempo todo.
 
 <p>
-Eu recomendo que vocês leiam o artigo de Curtney Love na revista
-"Salon", um artigo sobre piratas que planejam utilizar o trabalho de
-músicos sem pagar por ele. Estes piratas são gravadoras que pagam
-aos músicos 4% das suas gigantescas vendas, em média. É claro, os
-músicos muito bem sucedidos recebem um pouco mais. Se eles recebem
-mais do que 4% das vendas, isto significa que a maioria dos músicos que
-tem contrato com gravadoras recebe menos do que 4% das suas vendas.
+recomendo que vocês leiam o artigo de Curtney Love na revista "Salon", um 
artigo sobre
+piratas que planejam utilizar o trabalho de músicos sem pagar por ele. Estes 
piratas são
+gravadoras que pagam aos músicos 4% das suas gigantescas vendas, em média. 
É claro, os
+músicos muito bem sucedidos recebem um pouco mais. Se eles recebem mais do 
que 4% das
+vendas, isto significa que a maioria dos músicos que tem contrato com 
gravadoras recebe
+menos do que 4% das suas vendas.
 
 <p>
 Vejam como funciona: a gravadora gasta dinheiro em publicidade e eles
@@ -737,40 +652,31 @@
 eles verão algum dinheiro.
 
 <p>
-Os músicos, é claro, assinam estes contratos de gravação porque
-eles tem esperança de ser um desses poucos que se tornam ricos.
-Então temos essencialmente uma loteria sendo oferecida aos
-músicos para tentá-los. Apesar deles serem bons músicos,
-eles podem não ser bons no raciocínio lógico cuidadoso necessário
-para ver a armadilha. Então eles assinam e provavelmente tudo o
-que eles recebem é publicidade. Bem, por que não dar a eles a
-publicidade de um modo diferente, não através de um sistema
-que seja baseado em restringir o público nem um sistema do
-complexo industrial que nos enche com música fraca que é fácil
-de vender? Em vez disso, por que não utilizar o impulso natural dos
-ouvintes de compartilhar as músicas que eles gostam como um
-aliado dos músicos? Se nós tivéssemos esta caixa que aparece
-no player como um modo de enviar um dólar para os músicos,
-então as redes de computadores poderiam ser o mecanismo para
-dar aos músicos esta publicidade, a mesma publicidade que eles
+Os músicos, é claro, assinam estes contratos de gravação porque eles tem 
esperança de ser um
+desses poucos que se tornam ricos.  Então temos essencialmente uma loteria 
sendo oferecida
+aos músicos para tentá-los. Apesar deles serem bons músicos, eles podem 
não ser bons no
+raciocínio lógico cuidadoso necessário para ver a armadilha. Então eles 
assinam e
+provavelmente tudo o que eles recebem é publicidade. Bem, por que não dar a 
eles a
+publicidade de um modo diferente, não através de um sistema que seja baseado 
em restringir o
+público nem um sistema do complexo industrial que nos enche com música fraca 
que é fácil de
+vender? Em vez disso, por que não utilizar o impulso natural dos ouvintes de 
compartilhar as
+músicas que eles gostam como um aliado dos músicos? Se tivéssemos esta 
caixa que aparece no
+player como um modo de enviar um dólar para os músicos, então as redes de 
computadores
+poderiam ser o mecanismo para dar aos músicos esta publicidade, a mesma 
publicidade que eles
 recebem dos contratos de gravação hoje.
 
 <p>
-Nós temos que reconhecer que o sistema de copyright existente
-faz um trabalho ruim de apoiar os músicos, assim como o comércio
-internacional faz um trabalho ruim de aumentar os padrões de vida nas
-Filipinas e na China. Existem essas zonas empresariais onde todo
-mundo trabalha em "sweatshops" e todos os produtos são feitos em
-"sweatshops". Eu sei que a globalização foi um modo bastante
-ineficiente de aumentar os padrões de vidas no estrangeiro. Digamos
-que um americano seja pago a $20 a hora para fazer alguma coisa e
-que você dê este trabalho a um mexicano que irá receber talvez
-seis dólares por dia, o que aconteceu aqui é que você retirou uma
-grande quantidade de dinheiro dos trabalhadores americanos, deu
-uma pequena fração, poucos pontos percentuais, a trabalhadores
-mexicanos e o resto ficou na empresa. Então, se o seu objetivo é
-aumentar o padrão de vida dos mexicanos, esta é uma maneira
-duvidosa de fazer isso.
+Temos que reconhecer que o sistema de copyright existente faz um trabalho ruim 
de apoiar os
+músicos, assim como o comércio internacional faz um trabalho ruim de 
aumentar os padrões de
+vida nas Filipinas e na China. Existem essas zonas empresariais onde todo 
mundo trabalha em
+"sweatshops" e todos os produtos são feitos em "sweatshops".  Sei que a 
globalização foi um
+modo bastante ineficiente de aumentar os padrões de vidas no estrangeiro. 
Digamos que um
+americano seja pago a $20 a hora para fazer alguma coisa e que você dê este 
trabalho a um
+mexicano que irá receber talvez seis dólares por dia, o que aconteceu aqui 
é que você
+retirou uma grande quantidade de dinheiro dos trabalhadores americanos, deu 
uma pequena
+fração, poucos pontos percentuais, a trabalhadores mexicanos e o resto ficou 
na
+empresa. Então, se o seu objetivo é aumentar o padrão de vida dos 
mexicanos, esta é uma
+maneira duvidosa de fazer isso.
 
 <p>
 É interessante notar que o mesmo fenômeno está acontecendo na
@@ -780,105 +686,80 @@
 das corporações de controlar nossas vidas.
 
 <p>
-Se você está tentando substituir um sistema muito bom, você tem que
-trabalhar duro para encontrar uma alternativa melhor. Mas se você
-sabe que o sistema atual é ruim, não é difícil encontrar uma alternativa
-melhor; o padrão para comparação hoje é muito baixo. Nós temos
-sempre que nos lembrar disso quando considerarmos as questões da
-política de copyright.
-
-<p>
-Então eu acho que eu já disse a maioria do que eu queria dizer.
-Eu gostaria de dizer que amanhã é o "dia do telefone doente" no
-Canadá. Amanhã é o início de um plebiscito para finalizar a
-negociação da área de livre comércio das américas para tentar
-estender o poder corporativo por mais países, e um grande
-protesto está previsto em Quebec. Nós vimos métodos extremos
-sendo utilizados para coibir este protesto. Uma grande quantidade
-de americanos estão sendo impedidos de passar pela fronteira do
-Canadá, apesar das leis os autorizarem a entrar a qualquer momento.
-Na desculpa das mais esfarrapadas, um muro foi construído em torno
-do centro de Quebec para ser utilizado como uma fortaleza para
-manter os manifestantes fora. Nós vimos uma grande quantidade
-de trapaças diferentes sendo utilizadas contra o protesto do provo
-contra essas ameaças. Então, qualquer democracia que tenha
-permanecido conosco depois que os poderes do governo foram
-retirados dos governantes eleitos democraticamente e entregues
-a organismos internacionais não-eleitos, qualquer uma que ainda
-reste, pode não sobreviver à supressão do protesto público contra
-ele.
-
-<p>
-Eu dediquei 17 anos da minha vida trabalhando no software
-livre e questões relacionadas. Eu não fiz isso porque eu penso que
-seja a questão política mais importante no mundo. Eu fiz isso porque
-era a área onde eu vi que eu poderia usar minhas habilidades para
-fazer muitas coisas boas. Mas o que aconteceu foi que as questões
-gerais da política evoluíram, e a maior questão política no mundo
-de hoje é resistir à tendência de dar às empresas mais poder sobre
-o povo e sobre os governos. Eu vejo o software livre e as questões
-relacionadas com outros tipos de informação que eu estive discutindo
-hoje como uma parte desta questão maior. Então eu me encontrei
-trabalhando indiretamente nesta questão. Eu espero que eu possa
-contribuir algo para o esforço.
+Se você está tentando substituir um sistema muito bom, você tem que 
trabalhar duro para
+encontrar uma alternativa melhor. Mas se você sabe que o sistema atual é 
ruim, não é difícil
+encontrar uma alternativa melhor; o padrão para comparação hoje é muito 
baixo.  Temos sempre
+que nos lembrar disso quando considerarmos as questões da política de 
copyright.
+
+<p>
+Então acho que já disse a maior parte do que queria dizer.  Gostaria de 
dizer que amanhã é o
+"dia de ficar doente" (<em>call-in sick day</em>) no Canadá. Amanhã é o 
início de um
+plebiscito para finalizar a negociação da área de livre comércio das 
américas para tentar
+estender o poder corporativo por mais países, e um grande protesto está 
previsto em Quebec.
+Vimos métodos extremos sendo utilizados para coibir este protesto. Uma grande 
quantidade de
+americanos estão sendo impedidos de passar pela fronteira do Canadá, apesar 
das leis os
+autorizarem a entrar a qualquer momento.  Na desculpa das mais esfarrapadas, 
um muro foi
+construído em torno do centro de Quebec para ser utilizado como uma fortaleza 
para manter os
+manifestantes fora.  Vimos uma grande quantidade de trapaças diferentes sendo 
utilizadas
+contra o protesto do provo contra essas ameaças. Então, qualquer democracia 
que tenha
+permanecido conosco depois que os poderes do governo foram retirados dos 
governantes eleitos
+democraticamente e entregues a organismos internacionais não-eleitos, 
qualquer uma que ainda
+reste, pode não sobreviver à supressão do protesto público contra ele.
+
+<p>
+dediquei 17 anos da minha vida trabalhando no software livre e questões 
relacionadas.  Não
+fiz isso porque creio que seja a questão política mais importante no mundo. 
Eu o fiz porque
+era a área onde vi que poderia usar minhas habilidades para fazer muitas 
coisas boas. Mas o
+que aconteceu foi que as questões gerais da política evoluíram, e a maior 
questão política
+no mundo de hoje é resistir à tendência de dar às empresas mais poder 
sobre o povo e sobre
+os governos.  Vejo o software livre e as questões relacionadas com outros 
tipos de
+informação que estive discutindo hoje como uma parte desta questão maior. 
Então encontrei-me
+trabalhando indiretamente nesta questão.  Espero que possa contribuir algo 
para o esforço.
 
 <p>
 <B>RESPOSTA</B>:
 <p>
-<B>THORBURN</B>:
-Nós vamos aceitar perguntas e comentários da audiência em alguns
-minutos. Mas antes deixe-me dar uma resposta breve e genérica.
-Me parece que o conselho mais forte e mais importante na prática
-que Stallman nos deu hoje tem dois elementos chave. Um é reconhecer
-que as velhas suposições quanto ao copyright, velhas utilidades do
-copyright, não são mais apropriadas; elas foram desafiadas ou minadas
-pelo advento do computador e das redes de computadores. Isto pode
-parecer óbvio, mas é essencial.
-
-<p>
-Segundo temos o reconhecimento de que a era digital requer
-que nós reconsideremos como nós distinguimos e avaliamos
-as formas de trabalho intelectual e criativo. Stallman está certo
-em que certos tipos de empreitadas intelectuais justificam maior
-proteção do copyright do que outras. Tentar identificar sistematicamente
-estes diferentes tipos ou níveis de proteção de copyright
-parece ser para mim um meio valioso de me engajar nos
-problemas para o trabalho intelectual impostos com o advento
-do computador.
-
-<p>
-Mas eu acho que detectei outro tema que está entre o que Stallman
-acabou de dizer e que não é na verdade diretamente relacionado
-com computadores, mas com as questões mais gerais da autoridade
-democrática e o poder que os governos e corporações cada vez
-mais exercem sobre nossas vidas. Este lado populista e anti-corporações
-do discurso de Stallman é enriquecedor mas também simplificado. E
-ele talvez seja por demais idealista. Por exemplo, como um escritor
-de romances, ou um poeta, ou um compositor, ou um músico, ou o
-autor de um livro-texto acadêmico sobreviver neste admirável mundo
-novo onde as pessoas são encorajadas mas não obrigadas a pagar
-aos autores. Em outras palavras, me parece, que existe um gap imenso
-entre a prática e as possibilidades visionárias especuladas por Stallman.
-
-<p>
-Assim eu concluo perguntando se Stallman gostaria de expandir
-um pouco mais certos aspectos da sua palestra e, especificamente,
-se ele tem mais idéias sobre o modo pelo qual o que nós poderíamos
-chamar de "criadores tradicionais" poderiam ser protegidos sob
-o seu sistema de copyright.
-
-<p>
-<B>STALLMAN</B>: antes de mais nada, eu gostaria de lembrar
-que nós não deveríamos utilizar o termo "proteger" para
-descrever o que o copyright faz. O copyright restringe as pessoas.
-O termo "proteger" é um termo de propaganda utilizado pelas
-empresas que possuem copyrights. O termo "proteger" significa
-impedir alguém de fazer algo que seja de algum modo destrutivo.
-Bem, eu não acho que uma música seja destruída se existem mais
-cópias dela e ela seja tocada com mais freqüência. Eu também não
-acho que um romance seja destruído se mais pessoas estão lendo
-cópias dela. Portanto eu não usaria esta palavra. Eu acho que ela
-leva as pessoas a se identificarem com a parte errada.
+<B>THORBURN</B>: Vamos aceitar perguntas e comentários da audiência em 
alguns minutos. Mas
+antes deixe-me dar uma resposta breve e genérica.  Me parece que o conselho 
mais forte e
+mais importante na prática que Stallman nos deu hoje tem dois elementos 
chave. Um é
+reconhecer que as velhas suposições quanto ao copyright, velhas utilidades 
do copyright, não
+são mais apropriadas; elas foram desafiadas ou minadas pelo advento do 
computador e das
+redes de computadores. Isto pode parecer óbvio, mas é essencial.
+
+<p>
+Segundo temos o reconhecimento de que a era digital requer que reconsideremos 
como
+distinguimos e avaliamos as formas de trabalho intelectual e criativo. 
Stallman está certo
+em que certos tipos de empreitadas intelectuais justificam maior proteção do 
copyright do
+que outras. Tentar identificar sistematicamente estes diferentes tipos ou 
níveis de proteção
+de copyright parece ser para mim um meio valioso de me engajar nos problemas 
para o trabalho
+intelectual impostos com o advento do computador.
+
+<p>
+Mas acho que detectei outro tema que está entre o que Stallman acabou de 
dizer e que não é
+na verdade diretamente relacionado com computadores, mas com as questões mais 
gerais da
+autoridade democrática e o poder que os governos e corporações cada vez 
mais exercem sobre
+nossas vidas. Este lado populista e anti-corporações do discurso de Stallman 
é enriquecedor
+mas também simplificado. E ele talvez seja por demais idealista. Por exemplo, 
como um
+escritor de romances, ou um poeta, ou um compositor, ou um músico, ou o autor 
de um
+livro-texto acadêmico sobreviver neste admirável mundo novo onde as pessoas 
são encorajadas
+mas não obrigadas a pagar aos autores. Em outras palavras, me parece, que 
existe um gap
+imenso entre a prática e as possibilidades visionárias especuladas por 
Stallman.
+
+<p>
+Assim concluo perguntando se Stallman gostaria de expandir um pouco mais 
certos aspectos da
+sua palestra e, especificamente, se ele tem mais idéias sobre o modo pelo 
qual o que
+poderíamos chamar de "criadores tradicionais" poderiam ser protegidos sob o 
seu sistema de
+copyright.
+
+<p>
+<B>STALLMAN</B>: antes de mais nada, gostaria de lembrar que não deveríamos 
utilizar o termo
+"proteger" para descrever o que o copyright faz. O copyright restringe as 
pessoas.  O termo
+"proteger" é um termo de propaganda utilizado pelas empresas que possuem 
copyrights. O termo
+"proteger" significa impedir alguém de fazer algo que seja de algum modo 
destrutivo.  Bem,
+não acho que uma música seja destruída se existem mais cópias dela e ela 
seja tocada com
+mais freqüência.  Também não acho que um romance seja destruído se mais 
pessoas estão lendo
+cópias dela. Portanto eu não usaria esta palavra.  Acho que ela leva as 
pessoas a se
+identificarem com a parte errada.
 
 <p>
 Ainda, é uma má idéia pensar sobre propriedade intelectual por
@@ -905,67 +786,51 @@
 similares quando, de fato, são totalmente diferentes.
 
 <p>
-Então, se nós queremos encorajar o pensamento cuidadoso e o
-claro entendimento do que a lei diz, evitem o termo "propriedade
-intelectual". Fale sobre copyrights. Ou fale sobre patentes. Ou fale
-sobre marcas registradas ou sobre qualquer assunto que você 
-deseje falar. Mas não fale sobre propriedade intelectual. Qualquer
-opinião sobre propriedade intelectual tem que ser uma opinião tola.
-Eu não tenho opinião sobre propriedade intelectual. Eu tenho opiniões
-sobre copyrights e patentes e marcas registradas, e elas são diferentes.
-Eu cheguei a elas por diferentes processos de pensamento porque
-esses sistemas legais são totalmente diferentes.
-
-<p>
-De qualquer modo, eu me desviei, mas este desvio é terrivelmente
-importante.
-
-<p>
-Então deixe-me ir ao ponto. É claro, nós não podemos saber hoje
-o quão bem ele iria funcionar, ou se iria funcionar pedir às pessoas que
-pagassem voluntariamente aos autores e músicos que eles adoram.
-Uma coisa que este sistema funcionaria bem na proporção da quantidade
-de pessoas participando da rede, e este número, nós sabemos, irá
-aumentar uma ordem de magnitude em poucos anos. Se nós o
-tentássemos hoje, ele poderia falhar, e isto não iria provar nada porque
-com dez vezes mais pessoas participando, ele poderia funcionar.
-
-<p>
-A outra coisa é que nós não temos este sistema de pagamento
-digital; então nós não temos como tentar hoje. Você poderia tentar
-algo parecido. Existem vários serviços nos quais você pode fazer
-uma assinatura pela qual você pode enviar dinheiro a alguém - coisas
-como Pay Pal. Mas antes que você possa pagar a alguém por meio do
-Pay Pal, você tem que passar por um monte de baboseiras e dar a
-eles um monte de informações pessoais sobre você, e eles fazem
-registros de a quem você paga. Você pode confiar que eles não
-farão mal uso desta informação?
-
-<p>
-Então, o dólar pode não desencorajá-lo, mas o trabalho necessário
-para fazer o pagamento pode desencorajá-lo. A idéia é que deveria
-ser tão fácil quando deixar uma moeda no momento em que você
-sente vontade, de modo que não haveria nada a desencorajá-lo
-exceto o valor do pagamento. E se ele for pequeno o suficiente,
-por que ele deveria desencorajá-lo? Nós sabemos, entretanto,
-que os fãs podem realmente amar os músicos, e nós sabemos que
-encorajar os fãs a copiar a redistribuir a música foi algo feito
-por algumas bandas que foram, e são, bastante famosas como o
-"Grateful Dead". Eles não tiveram nenhum problema em viver
-das suas músicas porque eles encorajaram os fãs a gravar fitas
-e a copiar as fitas. Eles nem mesmo perderam suas vendas de
-discos.
-
-<p>
-Nós estamos gradualmente nos movendo da era da prensa para
-a era das redes de computadores, mas isto não vai acontecer de
-um dia para o outro. As pessoas ainda estão comprando grandes
-quantidades de gravações, e isto provavelmente vai continuar por
-muitos anos - talvez para sempre. Enquanto isto continuar, apenas
-ter copyrights que ainda se aplicam a vendas comerciais de gravações
-irá fazer um trabalho tão bom em apoiar os músicos como eles
-o fazem hoje. É claro, isto não é muito bom, mas, pelo menos, não
-vai ficar pior.
+Então, se queremos encorajar o pensamento cuidadoso e o claro entendimento do 
que a lei diz,
+evitem o termo "propriedade intelectual". Fale sobre copyrights. Ou fale sobre 
patentes. Ou
+fale sobre marcas registradas ou sobre qualquer assunto que você deseje 
falar. Mas não fale
+sobre propriedade intelectual. Qualquer opinião sobre propriedade intelectual 
tem que ser
+uma opinião tola.  Não tenho opinião sobre propriedade intelectual.  Tenho 
opiniões sobre
+copyrights e patentes e marcas registradas, e são diferentes.  Cheguei a elas 
por diferentes
+processos de pensamento porque esses sistemas legais são totalmente 
diferentes.
+
+<p>
+De qualquer modo, desviei-me, mas este desvio é terrivelmente importante.
+
+<p>
+Então deixe-me ir ao ponto. É claro, não podemos saber hoje o quão bem ele 
iria funcionar,
+ou se iria funcionar pedir às pessoas que pagassem voluntariamente aos 
autores e músicos que
+eles adoram.  Uma coisa que este sistema funcionaria bem na proporção da 
quantidade de
+pessoas participando da rede, e este número, sabemos, irá aumentar uma ordem 
de magnitude em
+poucos anos. Se o tentássemos hoje, poderia falhar, e isto não iria provar 
nada porque com
+dez vezes mais pessoas participando, ele poderia funcionar.
+
+<p>
+A outra coisa é que não temos este sistema de pagamento digital; então não 
temos como tentar
+hoje. Você poderia tentar algo parecido. Existem vários serviços nos quais 
você pode fazer
+uma assinatura pela qual você pode enviar dinheiro a alguém — coisas como 
Pay Pal. Mas antes
+que você possa pagar a alguém por meio do Pay Pal, você tem que passar por 
um monte de
+baboseiras e dar a eles um monte de informações pessoais sobre você, e eles 
fazem registros
+de a quem você paga. Você pode confiar que eles não farão mal uso desta 
informação?
+
+<p>
+Então, o dólar pode não desencorajá-lo, mas o trabalho necessário para 
fazer o pagamento
+pode desencorajá-lo. A idéia é que deveria ser tão fácil quando deixar 
uma moeda no momento
+em que você sente vontade, de modo que não haveria nada a desencorajá-lo 
exceto o valor do
+pagamento. E se ele for pequeno o suficiente, por que ele deveria 
desencorajá-lo?  Sabemos,
+entretanto, que os fãs podem realmente amar os músicos, e que encorajar os 
fãs a copiar a
+redistribuir a música foi algo feito por algumas bandas que foram, e são, 
bastante famosas,
+como o "Grateful Dead". Eles não tiveram nenhum problema em viver das suas 
músicas porque
+eles encorajaram os fãs a gravar fitas e a copiar as fitas. Eles nem mesmo 
perderam suas
+vendas de discos.
+
+<p>
+Gradualmente nos movemos da era da prensa para a era das redes de 
computadores, mas isto não
+vai acontecer de um dia para o outro. As pessoas ainda compram grandes 
quantidades de
+gravações, e isto provavelmente vai continuar por muitos anos — talvez 
para sempre. Enquanto
+isto continuar, apenas ter copyrights que ainda se aplicam a vendas comerciais 
de gravações
+irá fazer um trabalho tão bom em apoiar os músicos como eles o fazem hoje. 
É claro, isto não
+é muito bom, mas, pelo menos, não vai ficar pior.
 
 <p>
 <B>DISCUSSÃO</B>:
@@ -974,32 +839,26 @@
 a tentativa de Stephen King de vender um de seus livros em capítulos
 pela web.]
 <p>
-<B>STALLMAN</B>: Sim, é interessante saber que ele fez e o que
-aconteceu. Quando eu ouvi falar nisso pela primeira vez, eu fiquei
-impressionado. Eu pensei, quem sabe ele estava dando um passo
-na direção de um mundo que não seria baseado em tentar manter
-cadeias de metal no público. Então eu vi que ele tinha na verdade
-escrito para pedir às pessoas que paguem. Pra explicar o que ele fez,
-ele publicou uma novela como uma série, em capítulos, e ele dizia,
-"Se eu receber dinheiro suficiente, eu vou liberar mais (capítulos)".
-Mas o texto que ele escreveu não era um pedido. Era uma afronta
-ao leitor. Ele dizia, "Se você não pagar, você é mau. E se houver
-muitos de vocês que sejam mais, então eu vou parar de escrever."
-
-<p>
-Bem, claramente, esta não é a maneira que nós desejamos que o público
-se sinta ao enviar dinheiro. Você tem que fazer com que eles gostem de
-você, não que eles tenham medo de você.
-
-<p>
-<B>OUVINTE</B>: Os detalhes foram que ele exigia que uma certa
-porcentagem - eu não sei a porcentagem exata, deve ser em torno
-de 90% - das pessoas enviassem uma certa quantidade em dinheiro,
-que, eu acho, era um ou dois dólares, ou algo nesta ordem. Você tinha
-que fornecer o seu nome e o seu e-mail e algumas outras informações
-para poder fazer o download e, se esta porcentagem não fosse atingida
-no primeiro capítulo, ele disse que não liberaria outro capítulo. Era
-bastante antagônico com o público fazendo o download.
+<B>STALLMAN</B>: Sim, é interessante saber que ele fez e o que aconteceu. 
Quando ouvi falar
+nisso pela primeira vez, fiquei impressionado.  Pensei, quem sabe ele estava 
dando um passo
+na direção de um mundo que não seria baseado em tentar manter cadeias de 
metal no
+público. Então vi que ele tinha na verdade escrito para pedir às pessoas 
que paguem. Pra
+explicar o que ele fez, ele publicou uma novela como uma série, em 
capítulos, e ele dizia,
+"Se receber dinheiro suficiente, vou liberar mais (capítulos)".  Mas o texto 
que ele
+escreveu não era um pedido. Era uma afronta ao leitor. Ele dizia, "Se você 
não pagar, você é
+mau. E se houver muitos de vocês que sejam mais, então vou parar de 
escrever."
+
+<p>
+Bem, claramente, esta não é a maneira que desejamos que o público se sinta 
ao enviar
+dinheiro. Você tem que fazer com que eles gostem de você, não que eles 
tenham medo de você.
+
+<p>
+<B>OUVINTE</B>: Os detalhes foram que ele exigia que uma certa porcentagem — 
não sei a
+porcentagem exata, deve ser em torno de 90% — das pessoas enviassem uma 
certa quantidade em
+dinheiro, que, acho, era um ou dois dólares, ou algo nesta ordem. Você tinha 
que fornecer o
+seu nome e o seu endereço de correio eletrônico e algumas outras 
informações para poder
+fazer o download e, se esta porcentagem não fosse atingida no primeiro 
capítulo, ele disse
+que não liberaria outro capítulo. Era bastante antagônico com o público 
fazendo o download.
 
 <p>
 <B>QUESTÃO</B>:  O esquema no qual não há copyright mas as
@@ -1007,31 +866,25 @@
 aberto a abusos por pessoas fazendo plágio?
 
 <p>
-<B>STALLMAN</B>:  Não. Isto não é o que eu propus. Lembre-se eu
-estou propondo que deve haver copyright cobrindo a distribuição
-comercial e permitindo somente a cópia exata e a redistribuição
-não-comercial. Então qualquer um que faça modificações e coloque
-um link para o seu web site, em vez de um link para o web site do
-verdadeiro autor, ainda estaria infringindo o copyright e poderia ser
-processado do exatamente mesmo modo que ele poderia ser processado
-hoje.
-
-<p>
-<B>QUESTÃO</B>:  Eu compreendo. Então você ainda imagina um
-mundo no qual ainda existe copyright?
-
-<p>
-<B>STALLMAN</B>:  Sim. Como eu disse, para certos tipos de
-trabalhos. Eu não estou dizendo que tudo deva ser permitido. Eu estou
-propondo reduzir os poderes do copyright, não aboli-lo.
-
-<p>
-<B>THORBURN</B>:  Eu imagino que esta questão tenha me ocorrido
-enquanto você estava falando, Richard, e, novamente, agora que você
-está respondendo a esta questão é por que você não considera os modos
-pelos quais o computador, por si só, elimina completamente os
-intermediários - do modo que Stephen King se recusou a fazer - e possa
-estabelecer uma relação pessoal.
+<B>STALLMAN</B>: Não. Isto não é o que propus. Lembre-se, estou propondo 
que deve haver
+copyright cobrindo a distribuição comercial e permitindo somente a cópia 
exata e a
+redistribuição não-comercial. Então qualquer um que faça modificações e 
coloque um link para
+o seu web site, em vez de um link para o web site do verdadeiro autor, ainda 
estaria
+infringindo o copyright e poderia ser processado do exatamente mesmo modo que 
ele poderia
+ser processado hoje.
+
+<p>
+<B>QUESTÃO</B>: Entendo. Então você ainda imagina um mundo no qual ainda 
existe copyright?
+
+<p>
+<B>STALLMAN</B>: Sim. Como eu disse, para certos tipos de trabalhos.  Não 
digo que tudo deva
+ser permitido.  Proponho reduzir os poderes do copyright, não aboli-lo.
+
+<p>
+<B>THORBURN</B>: Imagino que esta questão tenha me ocorrido enquanto você 
falava, Richard,
+e, novamente, agora que você responde a esta questão é por que não 
considera os modos pelos
+quais o computador, por si só, elimina completamente os intermediários — 
do modo que Stephen
+King se recusou a fazer — e possa estabelecer uma relação pessoal.
 
 <p>
 <B>STALLMAN</B>:  Bem, eles podem e, de fato, esta doação voluntária
@@ -1042,25 +895,20 @@
 um editor?
 
 <p>
-<B>STALLMAN</B>:  Absolutamente não. Eu espero que não, note,
-porque o editor explora os autores terrivelmente. Quando você questiona
-os representantes do editor sobre o assunto, eles dizem, "Bem, sim,
-se um autor ou uma banda não deseja passar por nós, eles não deveriam
-ser legalmente obrigados a passar por nós". Mas, de fato, eles estão
-usando de todos os meios para garantir que isto não seja possível. Por
-exemplo, eles estão propondo formatos de mídia de copyright restrito
-de modo que, para publicar nestes formatos, você tenha que fazê-lo
-por intermédio de um dos grandes editores porque eles não dirão a
-ninguém como fazê-lo. Então eles esperam por um mundo no qual
-os players reconhecerão estes formatos, e de modo a conseguir
-qualquer coisa que possa ser tocada por eles, você terá que obter de
-uma das editoras. Portanto, na verdade, enquanto não há lei contra um
-autor ou músico publicando diretamente, isto não será viável. Ainda há
-o sonho de ficar rico. Eles dizem, "Nós iremos publicar o seu trabalho
-e talvez você se torne tão rico quanto os Beatles." Escolha o seu
-grupo de sucesso favorito e, é claro, somente uma pequena fração dos
-músicos vão conseguir. Mas eles podem ser iludidos a assinar contratos
-que irão deixá-los presos para sempre.
+<B>STALLMAN</B>: Absolutamente não.  Espero que não, note, porque o editor 
explora os
+autores terrivelmente. Quando você questiona os representantes do editor 
sobre o assunto,
+eles dizem, "Bem, sim, se um autor ou uma banda não deseja passar por nós, 
eles não deveriam
+ser legalmente obrigados a passar por nós". Mas, de fato, eles estão usando 
de todos os
+meios para garantir que isto não seja possível. Por exemplo, eles estão 
propondo formatos de
+mídia de copyright restrito de modo que, para publicar nestes formatos, você 
tenha que
+fazê-lo por intermédio de um dos grandes editores porque eles não dirão a 
ninguém como
+fazê-lo. Então eles esperam por um mundo no qual os players reconhecerão 
estes formatos, e
+de modo a conseguir qualquer coisa que possa ser tocada por eles, você terá 
que obter de uma
+das editoras. Portanto, na verdade, enquanto não há lei contra um autor ou 
músico publicando
+diretamente, isto não será viável. Ainda há o sonho de ficar rico. Eles 
dizem, "Publicaremos
+seu trabalho e talvez você se torne tão rico quanto os Beatles." Escolha o 
seu grupo de
+sucesso favorito e, é claro, somente uma pequena fração dos músicos vão 
conseguir. Mas eles
+podem ser iludidos a assinar contratos que irão deixá-los presos para sempre.
 
 <p>
 Os editores tendem a ser muito ruins em respeitarem seus contratos
@@ -1081,19 +929,15 @@
 para aquele tipo de trabalho?
 
 <p>
-<B>STALLMAN</B>: Bem, há pessoas trabalhando nisso. Mas, para
-trabalhos não-funcionais, um não substitui o outro. Vamos ver um
-tipo de trabalho funcional, digamos um processador de textos. Bem,
-se alguém fizer um processador de textos livre, você poderá utilizá-lo;
-você não terá mais necessidade de processadores de texto
-não-livres. Mas eu não diria que uma música livre substituiria
-todas as músicas não-livres, ou que um romance livre substituiria
-todos os romances não-livres. Para estes tipos de trabalho, é
-diferente. Então o que eu penso é que nós devemos simplesmente
-reconhecer que essas leis não merecem ser respeitadas. Não é
-errado compartilhar com o seu próximo, e se alguém tentar dizer
-que é errado compartilhar com o seu próximo, você não deveria
-dar ouvidos.
+<B>STALLMAN</B>: Bem, há pessoas trabalhando nisso. Mas, para trabalhos 
não-funcionais, um
+não substitui o outro. Vamos ver um tipo de trabalho funcional, digamos um 
processador de
+textos. Bem, se alguém fizer um processador de textos livre, você poderá 
utilizá-lo; você
+não terá mais necessidade de processadores de texto não-livres. Mas eu não 
diria que uma
+música livre substituiria todas as músicas não-livres, ou que um romance 
livre substituiria
+todos os romances não-livres. Para estes tipos de trabalho, é diferente. 
Então o que acho é
+que devemos simplesmente reconhecer que essas leis não merecem ser 
respeitadas. Não é errado
+compartilhar com o seu próximo, e se alguém tentar dizer que é errado 
compartilhar com o seu
+próximo, você não deveria dar ouvidos.
 
 <p>
 <B>QUESTÃO</B>:  Com respeito aos trabalhos funcionais, como
@@ -1102,54 +946,43 @@
 esses trabalhos funcionais sejam desenvolvidos?
 
 <p>
-<B>STALLMAN</B>:  Bem, o que nós vemos, antes de tudo, é que
-esse incentivo econômico é bem menos necessário do que as pessoas
-têm suposto. Veja o movimento do software livre, onde nós temos
-mais de 100.000 voluntários em tempo parcial desenvolvendo software
-livre. Nós também vemos que existem outros meios de levantar
-dinheiro para isso que não são baseados em impedir o público de copiar
-e de modificar estes trabalhos. Esta é a lição interessante do movimento
-pelo software livre. Além do fato de que ele dá a você um modo de usar
-o seu computador e manter a sua liberdade de cooperar e compartilhar
-com outras pessoas, ele também mostra que esta suposição negativa
-de que as pessoas nunca fariam estas coisas a não ser que elas
-recebam poderes especiais para forçar as pessoas a pagarem por
-elas é simplesmente errada. Muitas pessoas fazem essas coisas. Então
-se você examinar, digamos, a escrita de monografias que servem como
-livros-texto em vários campos da ciência, exceto pelos que são
-bastante básicos, os autores não estão ganhando dinheiro com eles.
-Nós agora temos um projeto de enciclopédia livre que, de fato, é
-um projeto de enciclopédia livre de comércio, e está progredindo. Nós
-tivemos um projeto de uma enciclopédia no GNU mas nós a fundimos
-com o projeto comercial quando eles adotara nossa licença. Em
-Janeiro, eles mudaram para a licença de documentação livre do GNU
-para todos os artigos da enciclopédia. Então nós dissemos, "Bem,
-vamos juntar forças com eles e pedir às pessoas que contribuam
-com eles." Isto é chamado "NUPEDIA", e você pode encontrar um
-link para ela se você procurar em http:// www.gnu.org/encyclopedia. 
-Portanto nós estendemos o desenvolvimento comunitário de uma
-base livre de conhecimento útil do software para a enciclopédia. Eu
-estou bastante confiante hoje de que em todas essas áreas de
-trabalho funcional, nós não necessitamos do incentivo econômico
-ao ponto de termos que nos sujar para usar estes trabalhos.
+<B>STALLMAN</B>: Bem, o que vemos, antes de tudo, é que esse incentivo 
econômico é bem menos
+necessário do que as pessoas têm suposto. Veja o movimento do software 
livre, onde temos
+mais de 100.000 voluntários em tempo parcial desenvolvendo software livre.  
Também vemos que
+existem outros meios de levantar dinheiro para isso que não são baseados em 
impedir o
+público de copiar e de modificar estes trabalhos. Esta é a lição 
interessante do movimento
+pelo software livre. Além do fato de que ele dá a você um modo de usar o 
seu computador e
+manter a sua liberdade de cooperar e compartilhar com outras pessoas, ele 
também mostra que
+esta suposição negativa de que as pessoas nunca fariam estas coisas a não 
ser que elas
+recebam poderes especiais para forçar as pessoas a pagarem por elas é 
simplesmente
+errada. Muitas pessoas fazem essas coisas. Então se você examinar, digamos, 
a escrita de
+monografias que servem como livros-texto em vários campos da ciência, exceto 
pelos que são
+bastante básicos, os autores não estão ganhando dinheiro com eles.  Agora 
temos um projeto
+de enciclopédia livre que, de fato, é um projeto de enciclopédia livre de 
comércio, e está
+progredindo.  Tivemos um projeto de uma enciclopédia no GNU mas a fundimos 
com o projeto
+comercial quando eles adotara nossa licença. Em janeiro, mudaram para a 
licença de
+documentação livre do GNU para todos os artigos da enciclopédia. Então 
dissemos, "Bem, vamos
+juntar forças com eles e pedir às pessoas que contribuam com eles."  Isto é 
chamado
+"NUPEDIA", e você pode encontrar um link para ela se procurar em <a href=
+"http://www.gnu.org/encyclopedia";>http://www.gnu.org/encyclopedia</a>.  
Portanto estendemos
+o desenvolvimento comunitário de uma base livre de conhecimento útil do 
software para a
+enciclopédia.  Estou bastante confiante hoje de que em todas essas áreas de 
trabalho
+funcional, não necessitamos do incentivo econômico ao ponto de termos que 
nos sujar para
+usar estes trabalhos.
 
 <p>
 <B>THORBURN</B>:  Bem, e quanto às outras duas categorias?
 <p>
-<B>STALLMAN</B>:  Quanto às outras duas categorias de trabalho,
-eu não sei. Eu não sei se as pessoas algum dia escreverão romances
-sem se preocupar se elas farão ou não dinheiro deles. Em uma sociedade
-pós-miséria, eu acho que sim. Talvez o que nós devamos fazer de modo
-a atingir uma sociedade pós-miséria seja acabar com o controle
-corporativo sobre a economia e as leis. Então, em efeito, é um problema
-do ovo e da galinha, como vocês vêem. O que nós fazemos primeiro?
-Como nós conseguimos um mundo onde as pessoas não necessitem
-desesperadamente conseguir dinheiro exceto se removermos o
-controle pelas empresas? E como nós poderemos remover o controle
-pelas empresas exceto se -- de qualquer modo, eu não sei, mas é por
-isso que eu estou tentando primeiro propor um sistema de copyright
-de compromisso e, segundo, o pagamento voluntário sustentado por um
-sistema de copyright de compromisso como um modo de gerar um
+<B>STALLMAN</B>: Quanto às outras duas categorias de trabalho, não sei.  
Não sei se as
+pessoas algum dia escreverão romances sem se preocupar se elas farão ou não 
dinheiro
+deles. Em uma sociedade pós-miséria, acho que sim. Talvez o que devamos 
fazer de modo a
+atingir uma sociedade pós-miséria seja acabar com o controle corporativo 
sobre a economia e
+as leis. Então, em efeito, é um problema do ovo e da galinha, como vocês 
vêem. O que faremos
+primeiro?  Como conseguimos um mundo onde as pessoas não necessitem 
desesperadamente
+conseguir dinheiro exceto se removermos o controle pelas empresas? E como 
poderemos remover
+o controle pelas empresas exceto se -- de qualquer modo, não sei, mas é por 
isso que estou
+tentando primeiro propor um sistema de copyright de compromisso e, segundo, o 
pagamento
+voluntário sustentado por um sistema de copyright de compromisso como um modo 
de gerar um
 fluxo de renda para as pessoas que escrevem estes trabalhos.
 
 <p>
@@ -1159,58 +992,45 @@
 financiamento de campanha?
 
 <p>
-<B>STALLMAN</B>:  Isto me vence. Eu gostaria de saber. É um
-problema terrivelmente difícil. Se eu soubesse como resolver este
-problema, eu o resolveria e nada no mundo poderia me deixar mais
-orgulhoso.
-
-<p>
-<B>QUESTÃO</B>: Como você lutaria contra o controle corporativo?
-Porque, quando você olha para as quantias de dinheiro gastas em
-lobby corporativo nos casos das cortes, ele é tremendo. Eu penso que
-o caso DECS que você falou sobre custou algo como um milhão e
-meio de dólares no lado da defesa. Deus sabe o quanto isto custou do
-lado das corporações. Você tem alguma idéia de como lidar com
-estas imensas quantias de dinheiro?
-
-<p>
-<B>STALLMAN</B>:  Eu tenho uma sugestão. Se eu fosse sugerir
-boicotar completamente os filmes, eu acho que as pessoas iriam
-ignorar esta sugestão. Eles iriam achar radical demais. Então eu
-gostaria de fazer uma sugestão um pouco diferente que no final tem
-praticamente o mesmo efeito, e ele é, não vá assistir a um filme a não
-ser que você tenha bons motivos para achar que ele é bom. Só que
-isto levaria na prática a praticamente o mesmo resultado que um
-boicote total aos filmes de Hollywood. Em extensão, é quase a mesma
-coisa, mas, em intenção, é bem diferente. Eu observei que muitas
-pessoas vão aos cinemas por motivos que não tem nenhuma relação
-com o fato deles acharem os filmes bons. Então se você mudar isso,
-se você for a um cinema somente quando você tiver uma boa razão
-para acreditar que é um bom filme, você tirará deles muito dinheiro.
-
-<p>
-<B>THORBURN</B>:  Um modo de entender toda esta palestra de
-hoje, eu acho, é reconhecer que, sempre que tecnologias radicais,
-potencialmente transformadoras, aparecem em nossa sociedade,
-há uma pressão sobre quem as controla. Nós hoje estamos
-repetindo o que aconteceu no passado. Então, deste ângulo, não
-deve haver razão para desespero, ou mesmo para pessimismo,
-sobre o que poderá acontecer a longo prazo. Mas, a curto prazo,
-pressões sobre o controle de textos e imagens, sobre todas as
-formas de informação tendem a ser dolorosas e extensas. Por
-exemplo, como um professor de mídia, meu acesso a imagens tem
-sido restrito em anos recentes de um modo que nunca havia sido
-antes. Se eu escrever um artigo e desejar utilizar fotografias, mesmo
-que sejam de filmes, está muito mais difícil obter permissão de
-utilizá-las, e os preços cobrados por essas imagens estão bem
-maiores - mesmo que eu argumente sobre pesquisa intelectual
-e sobre o "uso justo" [N.T. fair use]. Então eu acho que, neste
-momento de extraordinária transformação, os prospectos de
-longo prazo podem, de fato, não ser tão perturbadores quanto
-o que está acontecendo no momento. Mas de qualquer jeito,
-nós temos que entender o todo da experiência contemporânea
-como uma versão renovada das pressões sobre o controle dos
-recursos tecnológicos que é um princípio recorrente na sociedade
+<B>STALLMAN</B>: Isto me supera.  Gostaria de saber. É um problema 
terrivelmente difícil. Se
+eu soubesse como resolver este problema, resolvê-lo-ia e nada no mundo 
poderia me deixar
+mais orgulhoso.
+
+<p>
+<B>QUESTÃO</B>: Como você lutaria contra o controle corporativo?  Porque, 
quando você olha
+para as quantias de dinheiro gastas em lobby corporativo nos casos das cortes, 
ele é
+tremendo.  Acho que o caso DECS que você falou sobre custou algo como um 
milhão e meio de
+dólares no lado da defesa. Deus sabe o quanto isto custou do lado das 
corporações. Você tem
+alguma idéia de como lidar com estas imensas quantias de dinheiro?
+
+<p>
+<B>STALLMAN</B>: Tenho uma sugestão. Se fosse sugerir boicotar completamente 
os filmes, eu
+acho que as pessoas iriam ignorar esta sugestão.  Iriam achar radical demais. 
Então gostaria
+de fazer uma sugestão um pouco diferente que no final tem praticamente o 
mesmo efeito, e ele
+é, não vá assistir a um filme a não ser que você tenha bons motivos para 
achar que ele é
+bom. Só que isto levaria na prática a praticamente o mesmo resultado que um 
boicote total
+aos filmes de Hollywood. Em extensão, é quase a mesma coisa, mas, em 
intenção, é bem
+diferente.  Observei que muitas pessoas vão aos cinemas por motivos que não 
tem nenhuma
+relação com o fato deles acharem os filmes bons. Então se você mudar isso, 
se você for a um
+cinema somente quando você tiver uma boa razão para acreditar que é um bom 
filme, você
+tirará deles muito dinheiro.
+
+<p>
+<B>THORBURN</B>: Um modo de entender toda esta palestra de hoje, acho, é 
reconhecer que,
+sempre que tecnologias radicais, potencialmente transformadoras, aparecem em 
nossa
+sociedade, há uma pressão sobre quem as controla.  Hoje repetimos o que 
aconteceu no
+passado. Então, deste ângulo, não deve haver razão para desespero, ou 
mesmo para pessimismo,
+sobre o que poderá acontecer a longo prazo. Mas, a curto prazo, pressões 
sobre o controle de
+textos e imagens, sobre todas as formas de informação tendem a ser dolorosas 
e extensas. Por
+exemplo, como um professor de mídia, meu acesso a imagens tem sido restrito 
em anos recentes
+de um modo que nunca havia sido antes. Se eu escrever um artigo e desejar 
utilizar
+fotografias, mesmo que sejam de filmes, está muito mais difícil obter 
permissão de
+utilizá-las, e os preços cobrados por essas imagens estão bem maiores — 
mesmo que argumente
+sobre pesquisa intelectual e sobre o "uso justo" [N.T. fair use]. Então acho 
que, neste
+momento de extraordinária transformação, os prospectos de longo prazo 
podem, de fato, não
+ser tão perturbadores quanto o que está acontecendo no momento. Mas, de 
qualquer jeito,
+temos que entender o todo da experiência contemporânea como uma versão 
renovada das pressões
+sobre o controle dos recursos tecnológicos que é um princípio recorrente na 
sociedade
 ocidental.
 
 <p>
@@ -1220,37 +1040,30 @@
 impacto na Inglaterra ou na França.
 
 <p>
-<B>QUESTÃO</B>:  Uma das coisas que me incomodam quando eu
-ouço discussões sobre o copyright é que elas freqüentemente se iniciam
-com "Nós queremos uma mudança de 180 graus". Me parece que parte
-do que a lei sobre essas três categorias sugere que há algum bom-senso
-no copyright. Alguns dos críticos do modo que o copyright está atuando
-hoje acreditam, de fato, que ele deveria ser baseado e funcionar mais
-parecido com patentes e marcas registradas em termos da sua duração.
-Eu imagino se nosso palestrante comentaria sobre essa estratégia.
-
-<p>
-<B>STALLMAN</B>:  Eu concordo que diminuir o tempo de duração
-do copyright é uma boa idéia. Não há nenhuma necessidade de se
-encorajar a publicação pela possibilidade dos copyrights durarem até
-150 anos, como em alguns casos é possível na legislação atual. Atualmente
-as empresas dizem que um copyright de 75 anos sobre um trabalho feito
-sob encomenda não é longo o suficiente para a produção dos seus
-trabalhos. Eu gostaria de desafiar essas empresas a apresentar
-balanços projetados para 75 anos no futuro para justificar esta
-reivindicação. O que eles realmente queriam, era poder estender a
-duração do copyright sobre trabalhos antigos, de modo que eles
-pudessem continuar a restringir o uso deles. Mas como você poderia
-encorajar a produção de trabalhos em 1920 estendendo o copyright
-hoje é algo acima da minha capacidade, a não ser que eles tenham
-uma máquina do tempo em algum lugar. É claro, em um dos seus
-filmes, eles tinham uma máquina do tempo. Então talvez isso tenha
-afetado as suas idéias.
-
-<p>
-<B>QUESTÂO</B>:  Você pensou em estender o conceito de "uso
-justo", e existe alguma nuança disto que você gostaria de apresentar
-para nós?
+<B>QUESTÃO</B>: Uma das coisas que me incomodam quando ouço discussões 
sobre o copyright é
+que elas freqüentemente se iniciam com "queremos uma mudança de 180 graus". 
Me parece que
+parte do que a lei sobre essas três categorias sugere que há algum bom-senso 
no
+copyright. Alguns dos críticos do modo que o copyright está atuando hoje 
acreditam, de fato,
+que ele deveria ser baseado e funcionar mais parecido com patentes e marcas 
registradas em
+termos da sua duração.  Imagino se nosso palestrante comentaria sobre essa 
estratégia.
+
+<p>
+<B>STALLMAN</B>: Concordo que diminuir o tempo de duração do copyright é 
uma boa idéia. Não
+há nenhuma necessidade de se encorajar a publicação pela possibilidade dos 
copyrights
+durarem até 150 anos, como em alguns casos é possível na legislação 
atual. Atualmente as
+empresas dizem que um copyright de 75 anos sobre um trabalho feito sob 
encomenda não é longo
+o suficiente para a produção dos seus trabalhos.  Gostaria de desafiar essas 
empresas a
+apresentar balanços projetados para 75 anos no futuro para justificar esta 
reivindicação. O
+que eles realmente queriam, era poder estender a duração do copyright sobre 
trabalhos
+antigos, de modo que eles pudessem continuar a restringir o uso deles. Mas 
como você poderia
+encorajar a produção de trabalhos em 1920 estendendo o copyright hoje é 
algo acima da minha
+capacidade, a não ser que eles tenham uma máquina do tempo em algum lugar. 
É claro, em um
+dos seus filmes, eles tinham uma máquina do tempo. Então talvez isso tenha 
afetado as suas
+idéias.
+
+<p>
+<B>QUESTÂO</B>: Você pensou em estender o conceito de "uso justo", e existe 
alguma nuança
+disto que você gostaria de nos apresentar?
 
 <p>
 <B>STALLMAN</B>:  Bem, a idéia de dar a todos permissão para
@@ -1262,37 +1075,32 @@
 troca e que liberdades o público mantém?
 
 <p>
-<B>QUESTÃO</B>:  Para estender a conversa por mais um momento, em
-certas áreas do entretenimento, nós temos o conceito de apresentação
-pública. Por exemplo, o copyright não nos impede de cantar músicas de
-Natal na época, mas impede performances públicas. E eu estou imaginando
-se seria útil pensar, em vez de estender o conceito de uso justo para cópias
-exatas não-comerciais ilimitadas, para algo menor do que isso mas além do
-conceito atual de uso justo.
-
-<p>
-<B>STALLMAN</B>:  Eu costumava pensar que poderia ser suficiente,
-então o Napster me convenceu do contrário porque o Napster é utilizado
-pelos seus usuários para cópia exata não-comercial. O servidor do Napster,
-em si, é uma atividade comercial mas as pessoas que estão realmente
-colocando as coisas disponíveis o estão fazendo de modo não-comercial,
-e elas poderiam tê-lo feito com a mesma facilidade em seus sites web. A
-tremenda excitação sobre o Napster e o interesse nele mostra que ele
-era bastante útil. Então eu estou convencido de que as pessoas deveriam
-ter o direito de distribuir publicamente cópias exatas não-comerciais de
-qualquer coisa.
-
-<p>
-<B>QUESTÃO</B>:  Uma analogia que foi sugerida recentemente a mim
-para toda a questão do Napster foi a analogia de uma biblioteca pública. Eu
-suponho que alguns de vocês que tenham ouvido os argumentos do
-Napster tenham ouvido esta analogia. Eu imagino se você gostaria de
-comentar sobre isso. Os defensores das pessoas que dizem que o Napster
-deveria continuar e que não deveriam haver restrições sobre ele dizem
-mais ou menos isso: "Quando as pessoas vão a bibliotecas públicas e pegam
-um livro, eles não estão pagando por ele, e ele pode ser emprestado
-dezenas de vezes, centenas de vezes, sem qualquer pagamento adicional.
-Por que o Napster é diferente?"
+<B>QUESTÃO</B>: Para estender a conversa por mais um momento, em certas 
áreas do
+entretenimento, temos o conceito de apresentação pública. Por exemplo, o 
copyright não nos
+impede de cantar músicas de Natal na época, mas impede performances 
públicas. E imagino se
+seria útil pensar, em vez de estender o conceito de uso justo para cópias 
exatas
+não-comerciais ilimitadas, para algo menor do que isso mas além do conceito 
atual de uso
+justo.
+
+<p>
+<B>STALLMAN</B>: Eu costumava pensar que poderia ser suficiente, então o 
Napster me
+convenceu do contrário porque o Napster é utilizado pelos seus usuários 
para cópia exata
+não-comercial. O servidor do Napster, em si, é uma atividade comercial mas 
as pessoas que
+estão realmente colocando as coisas disponíveis o estão fazendo de modo 
não-comercial, e
+elas poderiam tê-lo feito com a mesma facilidade em seus sites web. A 
tremenda excitação
+sobre o Napster e o interesse nele mostra que ele era bastante útil. Então 
estou convencido
+de que as pessoas deveriam ter o direito de distribuir publicamente cópias 
exatas
+não-comerciais de qualquer coisa.
+
+<p>
+<B>QUESTÃO</B>: Uma analogia que foi sugerida recentemente a mim para toda a 
questão do
+Napster foi a analogia de uma biblioteca pública.  Suponho que alguns de 
vocês que tenham
+ouvido os argumentos do Napster tenham ouvido esta analogia.  Imagino se você 
gostaria de
+comentar sobre isso. Os defensores das pessoas que dizem que o Napster deveria 
continuar e
+que não deveriam haver restrições sobre ele dizem mais ou menos isso: 
"Quando as pessoas vão
+a bibliotecas públicas e pegam um livro, eles não estão pagando por ele, e 
ele pode ser
+emprestado dezenas de vezes, centenas de vezes, sem qualquer pagamento 
adicional.  Por que o
+Napster é diferente?"
 
 <p>
 <B>STALLMAN</B>:  Bem, não é exatamente o mesmo. Mas poderia
@@ -1305,28 +1113,23 @@
 baratas, genéricas para uso na África?
 
 <p>
-<B>STALLMAN</B>:  Não, não há absolutamente nenhuma similaridade.
-As questões sobre patentes são completamente diferentes das questões
-sobre copyright. A idéia de que eles tem algo em comum ou de semelhante
-é uma das consequências ruins do uso do termo "propriedade intelectual"
-e de se encorajar as pessoas a tratar dos dois assuntos ao mesmo tempo
-porque, como você disse, eu estive falando sobre questões nas quais o
-preço da cópia não é o ponto fundamental. Mas qual é o ponto fundamental
-na questão de fazer drogas contra a AIDS para a África? É o preço, nada
-mais do que o preço.
-
-<p>
-A questão que eu estive falando surge porque a tecnologia da
-informação digital dá a todo usuário a capacidade de fazer cópias.
-Bem, não há nada nos dando a capacidade de fazer cópias de
-remédios. Eu não tenho a capacidade de copiar algum medicamento
-que eu tenha comprado. De fato, ninguém tem; não é assim que eles
-são feitos. Esses medicamentos só podem ser produzidos em
-fábricas caras e eles são produzidos em caríssimas fábricas centralizadas,
-sejam elas drogas genéricas ou importadas dos EUA. De qualquer modo,
-elas serão feitas em um pequeno número de fábricas, e as questões
-são apenas de quanto elas custam e se elas estão disponíveis sob um
-preço que as pessoas da África possam pagar.
+<B>STALLMAN</B>: Não, não há absolutamente nenhuma similaridade.  As 
questões sobre patentes
+são completamente diferentes das questões sobre copyright. A idéia de que 
eles tem algo em
+comum ou de semelhante é uma das consequências ruins do uso do termo 
"propriedade
+intelectual" e de se encorajar as pessoas a tratar dos dois assuntos ao mesmo 
tempo porque,
+como você disse, estive falando sobre questões nas quais o preço da cópia 
não é o ponto
+fundamental. Mas qual é o ponto fundamental na questão de fazer drogas 
contra a AIDS para a
+África? É o preço, nada mais do que o preço.
+
+<p>
+A questão sobre a qual falei surge porque a tecnologia da informação 
digital dá a todo
+usuário a capacidade de fazer cópias.  Bem, não há nada nos dando a 
capacidade de fazer
+cópias de remédios.  Não tenho a capacidade de copiar algum medicamento que 
tenha
+comprado. De fato, ninguém tem; não é assim que eles são feitos. Esses 
medicamentos só podem
+ser produzidos em fábricas caras e eles são produzidos em caríssimas 
fábricas centralizadas,
+sejam elas drogas genéricas ou importadas dos EUA. De qualquer modo, elas 
serão feitas em um
+pequeno número de fábricas, e as questões são apenas de quanto elas custam 
e se elas estão
+disponíveis sob um preço que as pessoas da África possam pagar.
 
 <p>
 Esta é uma questão tremendamente importante, mas é uma questão
@@ -1345,109 +1148,89 @@
 isso.
 
 <p>
-Existe um fazendeiro no Canadá que tem uma variedade patenteada
-crescendo no seu campo e ele diz, "Eu não fiz isso deliberadamente. O
-pólen caiu e o vento destes genes veio parar nas minhas plantas." E
-foi dito a ele que não importava; ele tinha que destruí-las de qualquer
-modo. Este foi um exemplo extremo de quanto o governo pode apoiar
-um monopolista.
+Existe um fazendeiro no Canadá que tem uma variedade patenteada crescendo no 
seu campo e ele
+diz, "Não fiz isso deliberadamente. O pólen caiu e o vento destes genes veio 
parar nas
+minhas plantas." E foi dito a ele que não importava; ele tinha que 
destruí-las de qualquer
+modo. Este foi um exemplo extremo de quanto o governo pode apoiar um 
monopolista.
 
 <p>
-Então e acredito que, seguindo os mesmos princípios que eu aplico para
-a cópia de coisas no seu computador, fazendeiros deveriam ter um
-direito inquestionável de guardar suas fazendas e alimentar seus animais.
-Talvez você possa ter patentes cobrindo empresas de sementes, mas
+Então e acredito que, seguindo os mesmos princípios que aplico para a cópia 
de coisas no seu
+computador, fazendeiros deveriam ter um direito inquestionável de guardar 
suas fazendas e
+alimentar seus animais.  Talvez você possa ter patentes cobrindo empresas de 
sementes, mas
 elas não deveriam se aplicar a fazendeiros.
 
 <p>
-<B>QUESTÃO</B>:  Há mais em se fazer um modelo de sucesso além
-da licença. Você poderia falar sobre isso?
+<B>QUESTÃO</B>: Há mais em se fazer um modelo de sucesso além da licença. 
Você poderia falar
+sobre isso?
+
+<p>
+<B>STALLMAN</B>: Absolutamente. Bem, sabe, não sei as respostas. Mas parte do 
que acredito
+que seja crucial para o desenvolvimento de informação funcional livre é 
idealismo. As
+pessoas têm que reconhecer que é importante que esta informação seja 
livre, pois quando a
+informação é livre, você pode usufruir completamente dela. Quando ela é 
restrita, você não
+pode. Você tem que reconhecer que informação não-livre é uma tentativa de 
dividir as pessoas
+e mantê-las incapazes de se ajudarem para mantê-las sob controle. Elas têm 
que captar a
+idéia, "Vamos trabalhar juntos para produzir a informação que desejamos 
utilizar, de modo
+que ela não esteja sob o controle de alguma pessoa poderosa que possa nos 
ditar o que
+podemos fazer."
+
+<p>
+Isto estimula tremendamente. Mas não sei o quanto isto vai funcionar em 
várias áreas
+diferentes, mas acho que, na área de educação, quando você está 
procurando por livros-texto,
+imagino um meio de fazer funcionar. Há muitos professores no mundo, 
professores que não
+estão em universidades famosas — talvez eles estejam em escolas técnicas 
ou de segundo grau
+— onde eles não escrevem e publicam um monte de coisas e não existe uma 
grande demanda por
+elas. Mas muitos deles são espertos. Muitos deles conhecem a sua matéria bem 
e eles poderiam
+escrever livros-texto sobre vários assuntos e compartilhá-los com o mundo e 
receber a
+admiração das pessoas que aprenderem com eles.
+
+<p>
+<B>QUESTÃO</B>: Isto é o que havia proposto. Mas é engraçado que, não 
conheço a história da
+educação. Isto é o que faço — projetos educacionais de mídia 
eletrônica.  Não consigo
+encontrar um exemplo. Você sabe de algum?
+
+<p>
+<B>STALLMAN</B>: Não, não sei.  Comecei propondo a enciclopédia livre e 
recursos de
+aprendizado há dois anos, e pensava que demoraria provavelmente uma década 
para ter isto
+funcionando. Mas as coisas estão evoluindo mais rápido do que eu esperava.  
Acho que o que
+se necessita é de algumas pessoas escrevendo alguns livros livres. Escreva um 
sobre qualquer
+que seja o seu assunto favorito ou escreva apenas uma parte. Escreve alguns 
poucos capítulos
+e desafie outras pessoas a escrever o resto.
+
+<p>
+<B>QUESTÃO</B>: Na verdade, eu procurava por algo mais do que isso. O 
importante no seu tipo
+de estrutura é que alguém cria uma infra-estrutura na qual qualquer um pode 
contribuir. Não
+existe uma estrutura para o ensino fundamental em nenhum lugar na qual 
possamos contribuir
+material.
+
+<p>
+Posso conseguir informação de vários lugares mas ela não é liberada sob 
licenças livres,
+então não posso utilizá-la para escrever um livro-texto livre.
+
+<p>
+<B>STALLMAN</B>: Na verdade, o copyright não cobre os fatos.  Cobre apenas o 
que foi
+escrito. Então você pode aprender uma área de qualquer fonte e então 
escrever um
+livro-texto, e você pode tornar este livro livre, se você desejar.
+
+<p>
+<B>QUESTÃO</B>: Mas não posso escrever eu mesmo todos os livros-texto que um 
estudante
+necessita até o segundo grau.
+
+<p>
+<B>STALLMAN</B>: Bem, é verdade. E também não escrevi um sistema 
operacional livre completo.
+Escrevi alguns pedaços e convidei outras pessoas para se juntarem a mim e 
escrever outros
+pedaços. Então, dei o exemplo.  Disse, "Estou indo nesta direção.  
Juntem-se a mim e
+chegaremos lá." Então, se você pensar em termos de como vou conseguir 
realizar este trabalho
+gigantesco, ele pode parecer impossível. Mas o ponto é, não pense desta 
forma.  Pense em
+termos de dar um passo e entenda que, depois que você tenha dado um passo, 
outras pessoas
+irão dar mais passos e, juntos um dia vocês realizarão o trabalho.
 
 <p>
-<B>STALLMAN</B>:  Absolutamente. Bem, você sabe, eu não sei
-as respostas. Mas parte do que eu acredito que seja é crucial para o
-desenvolvimento de informação funcional livre é idealismo. As pessoas
-têm que reconhecer que é importante que esta informação seja
-livre, pois quando a informação é livre, você pode usufruir
-completamente dela. Quando ela é restrita, você não pode. Você tem
-que reconhecer que informação não-livre é uma tentativa de
-dividir as pessoas e mantê-las incapazes de se ajudarem para
-mantê-las sob controle. Elas têm que captar a idéia, "Vamos
-trabalhar juntos para produzir a informação que nós desejamos
-utilizar, de modo que ela não esteja sob o controle de alguma pessoa
-poderosa que possa nos ditar o que nós podemos fazer."
-
-<p>
-Isto estimula tremendamente. Mas eu não sei o quanto isto vai funcionar
-em várias áreas diferentes, mas eu acho que, na área de educação,
-quando você está procurando por livros-texto, eu imagino um meio de
-fazer funcionar. Há muitos professores no mundo, professores que não
-estão em universidades famosas - talvez eles estejam em escolas
-técnicas ou de segundo grau - onde eles não escrevem e publicam um
-monte de coisas e não existe uma grande demanda por elas. Mas muitos
-deles são espertos. Muitos deles conhecem a sua matéria bem e eles
-poderiam escrever livros-texto sobre vários assuntos e compartilhá-los
-com o mundo e receber a admiração das pessoas que aprenderem com
-eles.
-
-<p>
-<B>QUESTÃO</B>:  Isto é o que havia proposto. Mas é engraçado que,
-eu não conheço a história da educação. Isto é o que eu faço - projetos
-educacionais de mídia eletrônica. Eu não consigo encontrar um
-exemplo. Você sabe de algum?
-
-<p>
-<B>STALLMAN</B>:  Não, eu não conheço. Eu comecei propondo
-a enciclopédia livre e recursos de aprendizado há dois anos, e eu
-pensava que demoraria provavelmente uma década para ter isto
-funcionando. Mas as coisas estão evoluindo mais rápido do que eu
-esperava. Eu acho que o que se necessita é de algumas pessoas
-escrevendo alguns livros livres. Escreva um sobre qualquer que seja
-o seu assunto favorito ou escreva apenas uma parte. Escreve alguns
-poucos capítulos e desafie outras pessoas a escrever o resto.
-
-<p>
-<B>QUESTÃO</B>:  Na verdade eu estava procurando por algo
-mais do que isso. O importante no seu tipo de estrutura é que alguém
-cria uma infra-estrutura na qual qualquer um pode contribuir. Não
-existe uma estrutura para o ensino fundamental em nenhum lugar na
-qual possamos contribuir material.
-
-<p>
-Eu posso conseguir informação de vários lugares mas ela não é
-liberada sob licenças livres, então eu não posso utilizá-la para escrever
-um livro-texto livre.
-
-<p>
-<B>STALLMAN</B>:  Na verdade, o copyright não cobre os fatos. Ele
-cobre apenas o que foi escrito. Então você pode aprender uma área de
-qualquer fonte e então escrever um livro-texto, e você pode tornar este
-livro livre, se você desejar.
-
-<p>
-<B>QUESTÃO</B>:  Mas eu não posso escrever eu mesmo todos os
-livros-texto que um estudante necessita até o segundo grau.
-
-<p>
-<B>STALLMAN</B>:  Bem, é verdade. E eu também não escrevi um
-sistema operacional livre completo. Eu escrevi alguns pedaços e
-convidei outras pessoas para se juntarem a mim e escrever outros
-pedaços. Então eu dei o exemplo. Eu disse, "Estou indo nesta direção.
-Juntem-se a mim e nós chegaremos lá." Então, se você pensar em
-termos de como eu vou conseguir realizar este trabalho gigantesco,
-ele pode parecer impossível. Mas o ponto é, não pense desta forma.
-Pense em termos de dar um passo e entenda que, depois que você
-tenha dado um passo, outras pessoas irão dar mais passos e, juntos
-um dia vocês realizarão o trabalho.
-
-<p>
-Assumindo que a humanidade não irá se destruir, o trabalho que nós
-realizamos hoje para produzir uma infra-estrutura educacional livre,
-o recurso de aprendizado livre para o mundo, será útil enquanto a
-humanidade existir. Se demorar 20 anos para fazer o trabalho, e aí?
-Então não pense no tamanho do trabalho todo. Pense no pedaço que
-você irá fazer. Isto irá mostrar às pessoas que ele pode ser feito,
-e outras pessoas farão outros pedaços.
+Assumindo que a humanidade não irá se destruir, o trabalho que realizamos 
hoje para produzir
+uma infra-estrutura educacional livre, o recurso de aprendizado livre para o 
mundo, será
+útil enquanto a humanidade existir. Se demorar 20 anos para fazer o trabalho, 
e aí?  Então
+não pense no tamanho do trabalho todo. Pense no pedaço que irá fazer. Isto 
irá mostrar às
+pessoas que ele pode ser feito, e outras pessoas farão outros pedaços.
 
 <p>
 <HR>
@@ -1492,7 +1275,7 @@
 <P>
 Atualizado:
 <!-- timestamp start -->
-$Date: 2008/12/06 01:10:24 $ $Author: yavor $
+$Date: 2009/01/28 04:21:16 $ $Author: leandro $
 <!-- timestamp end -->
 <HR>
 </BODY>




reply via email to

[Prev in Thread] Current Thread [Next in Thread]